Saia justa ou balonê?

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Oi, Mel! Agora que já estou definitivamente de volta, vou aproveitar o gancho do "túnel do tempo" para lembrar de algumas engraçadas da nossa infância. Nos quesitos figurino e alegoria, os anos 80 foram ou não foram o máximo?
Sempre que a família se reúne, no Natal, minha mãe adora lembrar as histórias de quando eu e meus irmãos éramos mais novos. Não achamos chato, não, porque nos divertimos de lembrar que houve uma fase de nossas vidinhas inocente em que íamos "fantasiados" para a escola. Não era Halloween, não era Carnaval nem nada e insistíamos em assistir às aulas (nessa época a gente aprendia a pintar dentro do espaço e fazia nossos próprios brinquedos com massinha) com figurinos que faziam mamãe morrer de vergonha. Meu irmão simplesmente não ia para o maternal sem sua camiseta do Super-Homem. Tinha capa e tudo! E esta que vos escreve fazia questão das unhas vermelhas e chapeuzinho de festa. Parecia um mico de circo.
Mas até aí, tudo bem, éramos inocentes e pouco antenados no mundinho fashion. O que não tem desculpa, mesmo, é o figurinho pré-adolescente dos anos 80. Listei dez itens básicos que me fazem corar de vergonha e aposto uma tiara da Pakalolo como você também tinha:


Calça Bag ou Semibag
A idéia só podia ter vindo da terra do Tio Sam. Um diabo de jeans que não se ajustava em nenhuma parte do corpo que não fosse as canelas era item de série no guarda-roupa da geração oitentinha. Alguns modelos tinham o cós bem acima da cintura e eram conhecidos com Saint-Tropeito.

Saia Balonê
Se não me engano, foi a Xuxa quem divulgou o apetrecho. E lá iam as mamães comprar a saia com nome francês e visual de festa junina (a delicada peça parecia mesmo um balão).

Saia longa, cintão e bota
Minha mãe quis morrer quando viu uma amiga minha vestida de Karina, a personagem de Maria Zilda em Hipertensão. Parecer com a personagem que interpretava uma estrela de teatro mambembe, pra lá de independente (e cuja trilha sonora era Glory of Love, do Peter Cetera), era tuuuuuuudo, mesmo que a saia nunca ficasse completamente cheia e a bota dançasse em canelas tão fininhas.

Melissinha
Tinha a que vinha com a pochetezinha, a que imitava alpargatas, a que vinha com relógio. Não faltavam modelos e cores para as menininhas que queriam andar na moda. Fora que a campanha publicitária era estrelada por lindas ruivinhas sardentas. A gente nem dizia que aquilo dava um chulé desgraçado.

Coisas da Pakalolo
Nunca mais vi a loja cujo slogan era "De bem com a vida". Tudo nela era "fluorescente", mas a gente nem sabia o que era rave. Os hits eram as chuquinhas de tecido franzido e as tiaras, que mais pareciam um headphone fofinho e que com o tempo ficavam largas e empurravam o cabelo da gente para a frente.

Sapato Canadian
Como tudo que se prezasse nos anos 80, bastava ter um nome importado para cair no gosto da garotada. O sapato "canadense" liderava as vendas nas lojas de calçados, pois meninos e meninas podiam usá-lo. Era par constante da calça bag ou semibag e parecia, na verdade, um jacaré amarrado. Até hoje podemos encontrar modelos parecidos com esse exemplar magnífico da nossa infância. Mas eles vêm desacompanhados da calça em questão.

Bota branca de cano alto
Malditas paquitas, pobres de nós! Ter bota branca de cano alto foi o must have de uma era. Toda menina queria ser paquita, ter algum apelido esquisito dado pela Xuxa e usar as tais botas. Menos eu... Minha mãe, sabiamente, não me deixou entrar na onda dos pés engessados (ela achava que a bota lembrava gesso mesmo), o que me fez desistir de descolorir os cabelos também (obrigada, mamãe, eu não ia ficar bem com aquela roupa de soldadinho).

Vestido trapézio
Como a moda vai a vem, parece que esse modelo de vestido foi um remake dos anos 60. Tinha de toda estampa possível e depois foi ganhando outros contornos e sendo usado com legging e keds branco (outro que dava um chulé do cão).

Japona colorida
Vários chicletes coloridos. Era assim que eu me sentia no meio da criançada da escola, quando fazia frio. Todo mundo tinha "japona", a vovozinha da jaquetas de hoje. A minha era azul, tinha gorro e, como a de todo mundo, fazia um barulhinho gostoso de plástico raspando em plástico.

Minijaqueta jeans
Para mim, esse foi o grande marco do guarda-roupa esdrúxulo dos anos 80. Explico o porquê: imagine uma garota, com os cabelos devidamente repicados, usando uma calça para cima da cintura, com a canela ajustada, uma camiseta grandona e com o incrível toque fashion de uma jaquetinha jeans que começava três dedos para cima do umbigo, deixando a camiseta parecer uma saia por cima da calça. Conseguiu imaginar? Agora coloque ombreiras nessa jaquetinha e me diga se estou certa ou não.

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