Vida nova, aí vou eu!

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Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido, tendo consciência de que cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.

Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar, sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Dicas de viagem - Europa

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Caros, ilustres, amados e não-comentantes leitores, aqui estou eu de volta. O sumiço teve motivo. Depois de passar um bom tempo pagando os pecados de quem jogou truco na mesa da Santa Ceia, eu me dei o direito de realizar uma viagem que há muito tempo queria. E tenho coisas para contar de cada lugarzinho por que passei. Aliás, tenho verdadeiras dicas preciosas sobre a Europa. Quer ver?

Na Alemanha:
1) Os cosméticos e produtos de beleza alemães são incríveis e há muitas marcas boas somente lá. Boas e baratas, inclusive. Mas toda tentativa de entender para que cada um serve tem seu preço. Por exemplo achar que está comprando um protetor labial e chegar ao Brasil com beiço de Angelina Jolie.

2) Muito cuidado com a cerveja. Os alemães bebem chope como água, o tempo todo. E você acompanha, claro. Mas vai ter a certeza de que não ficará bêbado nem na balada. Até ver suas fotos no dia seguinte.

3) Surto de compras. As liquidações de verão são bárbaras. Mas você não tem necessidade nenhuma de levar um prato de porcelana para o gato (o bicho) que vive no Brasil. Ainda mais sabendo que vai andar por mais três países carregando bagagem que quebra e levando em conta que seu gato não merece tanto assim.

4) Se estiver passando pelo aeroporto de Baden-Baden neste verão, favor fazer cocô na esteira da moça loira filha do Hitler que trabalha na alfândega.


Uma pessoa sóbria não tem surtos de felicidade só por que está vendo um bondinho, certo?

Na Itália:
1) Indo ao Vaticano, lembre-se que Roma é uma cidade quente e úmida. Mas você não precisa - e nem pode - visitar a casa do papa como se estivesse em Copacabana. Leve uma camiseta extra - e bem comportada - caso queira entrar na Basílica de São Pedro. Mesmo que o dono da casa esteja em missão pela Austrália e você faça parte do famoso ditado: "é o mesmo que ir a Roma e não ver o papa".

2) Roma tem muitas escadas. E pouquíssimas escadas rolantes. Por isso a dica do prato do gato.


Vai encarar?

Na França:
1) Descobrimos o real motivo das francesas comerem tão bem e não engordarem. Elas simplesmente não podem se dar a tal luxo, senão não entram nos elevadores que ficam lotados com duas pessoas de 50 kg nem passam nos corredores onde essas mesmas pessoas precisam andar de lado.

2) Como sacanear as excursões de coreanos no Louvre: leve uma amiga loira ao museu. Bote a infeliz ao lado das obras de arte-alvo dos coreanos e a cada clique mande sua amiga se posicionar como se estivesse fotografando na Ilha de Caras.

3) Alguns franceses - principalmente os mais velhos - não falam inglês. Então faça beicinho (por isso a dica do creme) e aprenda como dizer canudinho, colchonete, lâmpada fluorescente e "pelo amor de Deus, cadê o túmulo do Jim Morrison?"


Eles estão por toda parte!

No Reino Unido:
1) Se for a Londres, leve guarda-chuva, cachecol, meia grossa, botas e uma bolsa grande que possa guardar tudo. Pode ser que o tempo abra no verão. Mas ainda assim esqueça as Havaianas.

2) Cuidado com seu inglês. Algumas palavras no inglês britânico são diferentes. Subway, por exemplo, é a lanchonete. E "G Point" não significa "ponto de ônibus da letra G". É a outra coisa mesmo, me disse a cara muito brava de um policial pra quem eu fui inocentemente perguntar onde ficava tal parada. Mas, pensando bem, isso poderia acontecer também em Sidney, Nova York ou São Francisco. Com a diferença de que talvez lá quisessem me mostrar. Afe.


Alto-verão na terra da rainha.