Dica bacana

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Para as meninas (e os meninos também, uai). Lembra da Carol, que fez o organizador de bolsa mais lindo ever de que eu falei aqui? Então, ela avisa que A Maria Maricota estará com um stand no Mercado Mistureba - Especial Dia das Mães, na Choperia Brazooka, no dia 2 de maio. Isso para quem estiver no Rio, é claro.
Sou fã das coisas que ela faz e por isso fico com o maior bico de não poder ir pessoalmente. Mas thanks god posso participar do meu jeito, virtualmente e tendo a certeza que vai ser muito bacana.

Sapatilhas famosas

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Eu sou impressionada com o pé de algumas bailarinas famosas. Não estou falando da parte feia, que todo mundo deve imaginar como é (unhas tortas, calos, machucados, joanetes, etc), e nem do tamanho do colo de pé que elas têm.

Ah, você não sabe o que é colo de pé? O famoso cou-de-pied (olha a boca!) todo mundo tem, e é o dorso do nosso pé. Mas se ele é bom ou não para a dança são outros quinhentos.

Pausa para a explicação ilustrada:

Colo de pé feio. Não dobra nem com macumba. Se você nasceu com ele, com muuuitos exercícios pode até conseguir melhorar, afinal até a Ana Botafogo teve seus dias de miséria. E, para girar e saltar na ponta, é extremamente seguro. As bailarinas que giram horrores geralmente não têm tanto colo de pé.







Colo de pé bonito. Se acompanhado de uma bela linha de pernas, são o sonho de consumo de qualquer bailarina. Os pés bonitos assim vão desde os bem desenvolvidos até os extremamente flexíveis, que geralmente saem melhor nas fotos. Mas dão um trabalho! As sapatilhas de ponta mais bonitas não duram uma semana. Elas literalmente quebram no meio. Girar é complicadíssimo, pois o eixo da perna começa de um jeito e termina de outro com o peso do corpo sobre o colo do pé. É o meu tipo, não sei se feliz ou infelizmente.









Colo de pé absurdo (nível Alessandra Ferri). Esse é o motivo do meu post. Como disse, não tem tanto a ver com o tamanho do colo, mas sim com o fato de um ser humano ficar tanto tempo em cima dele. Pior, com que sapatilha?














A Gaynor Minden, que eu uso e conheço, um dia pareceu ser a coisa mais perfeita para quem tem pés assim. Primeiro porque ela é feita de um material “inquebrável”. Segundo porque ela tem vários níveis de firmeza. Realmente, depois dela, nunca mais torci o pé em aula, coisa que vivia me acontecendo. O pé fica estável, os giros mais seguros, o balance (equilíbrio) é muito maior! O problema é que ela puxa para trás. Faz sentido, não? Enquanto teu pé te joga para a frente, ela segura. Isso faz com que às vezes o seu possível pé de Alessandra Ferri não saia tão bem na foto. O outro problema: você fica viciada na bendita. Silenciosa, segura, durável, macia... Nem parece uma sapatilha.

Bom, mas a Alessandra Ferri não usa Gaynor. Fiquei a tarde toda procurando que sapatilha as bailarinas mais famosas usam e aqui está uma listinha, para quem ficou curioso ou não:

Grishko: as estrelas do Mariinsky costumam usar as dessa marca, que está para o teatro russo assim como a Freed está para o New York City Ballet. Mas uma ou outra bailarina prefere a Gaynor, porque sapatilhas são coisas muito pessoais.

Bloch: Paloma Herrera, estrela do American Ballet Theater trocou a famosa Capezio por esta marca. Sarah Lamb (Royal) e Irina Dvorovenko (ABT) também usam.

Gaynor Minden: o site aponta inúmeras estrelas como fãs da marca. Entre as principais: Alina Cojocaru e Natalia Osipova, do Royal Ballet e Claudia Mota, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Freed of London: Darcey Bussell, Marianela Nuñez, Polina Semionova e Alessandra Ferri usam. Para mim são os pés mais bonitos e famosos. Mas tenho certeza que a fôrma delas é especial. Ana Botafogo também usa sapatilhas dessa marca, mas não sei o modelo, ano, cor e placa.

Resumindo: a Gaynor é a Nike das sapatilhas. Freed é a All Star. E, entre uma e outra, sou bem capaz de ficar com as duas.

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Bom, e para quem quiser saber um pouco mais sobre modelos e marcas, segue um guia especial (que no fim das contas fiz mesmo para minhas alunas e pro pessoal do ballet poder conhecer um pouquinho mais). Aproveitem!

Freed of London
É uma marca de sapatilhas muito bonitas, leves e confortáveis, mas feita para pés fortes.

• Freed Classic
Usada pela maioria das principais companhias internacionais. É bastante dura.
• Freed Wing Block
Projetada para bailarinas que necessitam de um pouco mais de suporte, é silenciosa e um pouco flexível.
• Freed Student
Originalmente desenvolvida para as estudantes da Royal Ballet School. É uma sapatilha de palmilha bastante flexível.
• Freed Soft Block
A sapatilha ideal para a transição das de meia ponta para as de ponta.

Gaynor Minden
Sua escolha se baseia em 6 medidas específicas: Tamanho (Length), Box (Caixa), Dureza (Shank), Largura (Width), Gáspea (Vamp), Calcanhar (Heel). Várias combinações podem ser feitas.
Todas as pontas Gaynor Minden são montadas com solados e box compostos de um polímero chamado Elastometric. Diferente das convencionais bases de papelão ou gesso, Gaynor Mindens não deterioram nem quebram. Tenha certeza na hora de escolher sua dureza adequadamente. O solado das pontas Gaynor Minden são fabricados com uma curvatura que seguem o arco de seus pés, mas caso precise de alguns ajustes você ainda tem a opção de ajustá-la com o uso de um secador de cabelos.

Capezio
Provavelmente é a marca mais vendida no Brasil, é confortável, leve, dá uma boa estabilidade, fica bonita no palco, e é boa para fazer aulas. É uma marca forte também nos Estados Unidos, e as importadas são ainda mais bonitas e delicadas do que as feitas aqui.

• Fouetté: gáspea em "V", alta, normal. Valoriza o colo do pé. Cordão lateral. Para todos os tipos de pés.
• Partner: cetim solto. Para iniciantes, avançadas e profissionais. Alonga o pé. Silenciosa. Flexível. Sola costurada. Plataforma larga para um perfeito balance. Elástico transparente.

Cecília Kerche
Bonita, confortável, leve, possui uma grande variedade de modelos, cada um para um tipo de pé. A grande maioria detesta esta sapatilha, pois apesar de todos os atributos já citados, normalmente ela não quebra onde queremos, ou então quando quebra não dura praticamente nada. É boa para apresentações, porém é a típica sapatilha descartável.
Faz muitos anos que não uso, mas tenho achado bonita.

Balletto
Esta é uma marca brasileira, presente em vários festivais com seus estandes. Tem produtos bem interessantes, como a "pirueteira" e a "chinerina", alongadores de colo de pé. As sapatilhas são ótimas para quem não tem muita força nos pés, pois têm uma palmilha bastante flexível, até mesmo as reforçadas. Ficam bonitas nos pés por serem delicadas e bem acabadas. Porém, depois de quebrada, a ponta fica realmente muito feia. Enfim, é a sapatilha adequada para quem tem pouca força ou para quem está começando a usar pontas.

• Modelo Russo: para todos os tipos de pé, sua gáspea baixa valoriza bastante o colo do pé.
• Modelo Inês: adequado para pés delicados e estreitos.
• Modelo Julie: pés com largura normal.
• Modelo Luise: ideal para pés largos.
• Modelo Italiano: para quem tem bastante colo de pé.

Millenium
São boas por possuírem uma grande variedade de modelos, duram bastante, desde que seja comprado o modelo certo para seu pé. Para fazer aula são ótimas, forçam o pé a trabalhar mais, porém para apresentações não são muito aconselhadas por pura questão estética. São muito feias, tem um acabamento péssimo, e fazem muito barulho quando novas.

• Adagio: sapatilha estreita, com gáspea em V, alta, nem dura e nem mole, para quem tem pouco colo de pé.
• Balance: sapatilha larga, dura, com gáspea alta, para quem tem muito colo de pé e bastante força.
• Chesini: sapatilha bem mole para iniciante, mais mole do que Standard.
• Prelúdio: sapatilha estreita, com gáspea em V, alta, nem dura e nem mole, para quem tem pouco colo de pé.
• Standard: estreita, com gáspea em V, própria para iniciantes ou palco.
• Tecnic: larga, dura, com gáspea baixa, para quem tem pouco colo de pé e bastante força.
• Vaganova: estreita dura, com gáspea em V, para quem tem força no pé e bastante colo.

Ballet

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Conversando com um diretor de criação, perguntei como as pessoas o reconheciam, sem ser pelo fato de ser publicitário.
Sim, porque publicitários têm suas paixões além da agência.
E, quando ele me fez a mesma pergunta, a resposta veio fácil: bailarina.



Ballet Caminhos, coreografia de Fátima Barbosa, no Ballace, Bahia.
Eu sou a de verde ;)

Sem Ana, blues

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Caio Fernando de Abreu usou meu nome para dar o título a um de seus mais belos - e tristes - textos, que você pode ler aqui.
Mas achei algumas preciosidades, sem nome ou sobrenome, escondidas em outro blog que visito quando quero ler coisas menos banais.
As Anas têm isso de blues mesmo.

Sensação?

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Eu tinha jurado para mim mesma que não ia tecer nenhum comentário sobre o Skol Sensation aqui. Eu sei ser muito má às vezes e, de verdade, como não conheço a festa, preferi não julgar. Ainda mais na atual fase sem paciência que ando com quem não sabe das coisas e profere decretos. E também porque conheço pessoas fofas que gostam de música eletrônica (e eu rezo pela alma delas toda noite, mas isso não vem ao caso).
Mas o fato é que fuçando na net achei este post muito legal do Olhômetro. Estou certa que cada uma das palavas da Ana de lá foram passadas em pensamento pela Ana de cá. Juro. Ou melhor, tenho essa sensação.