A vida nunca foi tão doce

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Eu não era nascida quando o filme estreou, em 1971, e só fui me dar conta do que era A Fantástica Fábrica de Chocolates nos meados dos Anos 80, quando a Sessão da Tarde era o programa favorito das crianças que não estavam ocupadas demais com o pogobol, o bambolê ou os patins.
Por isso me lembrava muito pouco do original. Até que no ano passado, incumbida de uma missão a que eu e o namorido nos propusemos de montar nossa coleção de clássicos em DVD, me deparo com o filme meio que abandonado, do lado de um Mágico de Oz remasterizado, na prateleira de um supermercado qualquer. Está na cara que era para levá-los para casa.
Foi encantador rever as cenas de Charlie, um menino pobre que tem o sonho de visitar a fábrica de doces de Mr. Willy Wonka, e suas tentativas de ganhar o cupom dourado – minha lembrança mais forte - que dava esse direito a cinco sortudas crianças.
Fizemos uma Sessão da Tarde com meus sobrinhos, e eles nem se importaram com os efeitos especiais toscos e o cenário de isopor. Gene Wilder, no papel de Wonka, é tão fantástico quanto lírico. Levemente doido, sonhador e cruel com a gente chata do filme, os três pares de olhinhos puxados das crianças que mais amo não desgrudaram dele, tentanto entender que catzo o dono da fábrica mais gostosa do mundo pretendia enquanto o menino guloso caía no rio de chocolate, meninas mimadas viravam amora ou iam para o lixo e um menino que não desgrudava o olhos da TV era obrigado a ficar dentro dela, um dos momentos Stanley Kubrick da fita!
Por isso fiquei de olhos bem abertos quando soube que Tim Burton faria uma nova versão da Fábrica. E quando chegou a hora de ir ao cinema, me dei o direito de sair correndo na frente de todo mundo, pipoca e guaraná em punho, em busca do melhor lugar da sala.
É bem difícil tentar comparar os dois filmes, separados um do outro por 34 anos! Se por um lado a tecnologia esteve a favor de Burton, o original tinha um quê de musical que me deixou suspirando por horas. Será que as crianças de hoje não gostam mais do gênero? Meus sobrinhos gostaram…
Não posso negar que o novo Charlie me agrada muito mais. Talvez porque lembre meu irmão quando era mais novo, talvez porque seja mais humilde, talvez porque não tenha a cara de duende louro do outro. As crianças podem ser más, de vez em quando, hein?
Sobre Willy Wonka não há o que falar. Para mim, ele será sempre Gene Wilder, com aqueles grandes olhos azuis penetrantes, com a cambalhota que recebe os visitantes na fábrica e com a filosofia de que “se o bom Deus quisesse que andássemos, não teria inventado os patins”.
Porém Johnny Depp é Johnny Depp. Meu cortador de cabelos preferido, o pirata que todo pirata deveria ser. O homem que chora uma lágrima só! E um novo Wonka que só poderia ter sido ele mesmo. Qualquer um que se atrevesse a fazer graça no papel faria do filme um fiasco de bilheteria. Mas não ele. Primeiro porque em nenhum momento se atreveu a imitar Wilder. Segundo porque tem um dos rostos mais perfeitos para o cinema (e não estou dizendo que ele é só bonito). E finalmente porque ele é doce. Tanto quanto o dono da Fantástica Fábrica de Chocolates deve ser.

É hoje

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Contagem regressiva

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Faltam dois dias e algumas horinhas para a estréia da nova versão de A Fantástica Fábrica de Chocolates.

Oompa loompa doompadee doo
I've got a perfect puzzle for you
Oompa loompa, doompadah dee
If you are wise you'll listen to me!

O rio, a cidade, a árvore

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Meu amigo Beto me lembrou ontem que há dez anos estávamos em Fresno. Acho que esses anos passaram voando pra todo mundo.
Agora os amigos falam em casamento, filhos, apartamento e trabalho. A amiga Lu, que estava na minha casa esses dias, foi responsável por uma madrugada inteira em busca do tempo perdido, como diria Proust. É, a gente provou o gosto das madalenas, se perguntando “onde estávamos nesse tempo todo?”.
Algumas coisas podem demorar um tempo para aparecer, mas nosso mundo não parou e nem tem faceta de romance francês.
Os tempos são outros, ainda que a gente sinta o mesmo frio na espinha que as montanhas-russas podem provocar. Ou uma viagem pela costa da Califórnia. Ou uma festa na faculdade, uma prova difícil, um olhar apaixonado, o primeiro emprego, o carro novo, o apartamento financiado. As borboletas não vão desaparecer nunca!
Estando assim, nesses dias de saudosismo, me chamou a atenção uma matéria da MTV sobre uma banda de Porto Alegre que tem uma comunidade enorme no orkut: Fresno. Não conheço uma música dos meninos, nem sei que tipo de som eles fazem, mas para mim não são estranhos. É como se fizessem parte de um ciclo que hoje marca dez anos passados de uma viagem que deve sido o começo de muita coisa.
Fresno também é a ávore das pessoas que nascem de 22 novembro a 1o de dezembro e 25 de maio a 3 de junho. Dizem que essas pessoas têm um atrativo fora do comum. São vivazes, impulsivas, exigentes, não se importam com a crítica. São ambiciosas, inteligentes, talentosas, gostam de jogar com o destino. Confiáveis, amantes leais e prudentes. O cérebro comanda o coração, mas o companheirismo é levado a sério.
É por isso que acredito que nesse ciclo os amigos são a parte mais importante. São o que fica. E falo isso encerrando um telefonema, no meio desse post, da amiga… de Porto Alegre! Convergências da vida.
Conheci o rio, a cidade e árvore de Fresno. E voltaria no tempo para fazer tudo de novo.

onde está o dinheiro?? o gato comeu, o gato comeu, e ninguém viu...

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menina, tô quase bolando um plano pra roubar um banco, fazer tipo "treze homens e mais um segredo". não sei mais de onde tirar dinheiro. só pago, pago, pago...e olha que não tenho comprado absolutamente nada pra mim. pra onde vai??? sei lá. só sei que a única solução é vender meu corpinho lá na augusta...rsrs. o que mais dá dinheiro???? me dá uma idéia. falar pra eu parar de gastar é pura perda de tempo, porque eu juro que não tô gastando. acho que isso é um reflexo dessa sujeira toda que assola nosso país. como se isso fosse novidade, né??? estamos tão cansados e acostumados com isso que parece que já não sofremos tanto, ou melhor, fingimos que não sofremos, porque somos brasileiros e não desistimos nunca...mas alguém precisa fazer alguma coisa, pelo menos pra que tenhamos vontade e condições de continuar vivendo aqui...

por onde anda???

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hoje eu sonhei com a punky, lembra dela??? "punky, a levada da breca". eu adorava assistir a este seriado, mesmo quando não era mais criança. e eu consigo lembrar alguns episódios inteiros, acredita??? bom, mas eu acordei curiosa pra saber por onde "punky" andava. queria saber como ela estava, o que estava fazendo, se ainda era famosa...mas nos estados unidos, quando um pop star mirim faz muito sucesso é difícil emplacar com o mesmo sucesso em outras coisas. fica marcado pra sempre. ela será sempre a punky. agora ela virou um mulherão, ou melhor, um mulherãozinho, porque ela mede só 1,52 m, mas mesmo assim é muito bonita. não fez nada de muito interessante depois que o seriado acabou. de 2001 a 2003, fez um papel pequeno em "sabrina, a aprendiz de feiticeira", e pelo jeito sumiu, não consegui achar mais nada. o mesmo aconteceu com o kevin de anos incríveis, né? só que ele ficou feio demais, e olha que ele era uma criança linda. só sei, amiga, que adorei ficar mexendo no passado. me deu saudade. dá vontade de passar por tudo de novo...

Mais uma da sessão Hormônios

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Viver sem a tal drospirenona é viver perigosamente.

Tudo sobre minha mãe

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Definitivamente o cara que se casar comigo é uma pessoa de sorte. Que outra pessoa tem uma sogra que, no sábado à noite, pede para dar uma volta de carro no quarteirão para pixar o cartaz de um motel?

Adolpho

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Eu estava paginando matéria sobre a minha ida à Polônia, umas duzentas fotos espalhadas pela mesa, procurava o cromo da rua Mila que eu fotografara, rua do gueto de Varsóvia.
Adolpho apareceu no corredor e pensei que ele vinha ver o material que eu trouxera. Somente quando chegou perto é que notei que ele trazia alguma coisa de encontro ao peito, um peito enorme de russo branco, de eslavo, de mujique, um peito rasputiniano.
Ia mostrar-lhe a rua Mila quando ele colocou em cima das fotos uma filhote de setter, menor do que a mão dele. “Toma. Dê um nome bonito. Sua vida vai ficar diferente.”
Com o cromo da rua Mila não mão, não tinha escolha. “Vai se chamar Mila.” Adolpho achou o nome bonito e saiu de perto. Mila olhou para ele, depois olhou para mim. Acredito que, por um momento, ficou indecisa, sem saber quem seria o seu dono. Eu estava no meio de um trabalho, a produção esperando para fechar o caderno.
Outra vez não tive escolha. Peguei Mila, olhei seus olhinhos que mal se abriam. Ela procurou o meu peito e eu o dei, para sempre. Providenciei a mudança de caderno e deixei o trabalho para o dia seguinte. Afinal, recebera uma tarefa nova, prioritária – e como!
Mila mudou minha vida. E me ligou ainda mais a Adolpho. Foi meu regra-três no amor de Mila. Ensinou-me a cuidar dela. Quando vinha visitar-me, ela adivinhava que Adolpho chegava. Ia esperá-lo na porta, os olhinhos cor de mel brilhando de alegria.
Na casa dele, em Teresópolis, Mila era recebida como uma rainha, podia fazer tudo, inclusive cair na piscina, o pessoal reclamava. Adolpho achava graça. Em maio, choramos juntos quando Mila se foi, o Fernando Barbosa Lima, que estava junto, também ficou abaldo, ele tem o Sony, um labrador que era uma espécie de irmão da minha setter.
Foram 13 anos com Mila. Trinta anos com Adolpho. Não reclamo das perdas. Em vez de uma, tenho agora duas memórias que me perdoam quando aceito a culpa de ter ficado mais só.

Carlos Heitor Cony