Quando as pessoas vão embora

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São dois lados que ficam. Duas vontades. Dois sentimentos. Duas novas opções. Dois sonhos e dois pesadelos. Dezenas de adeuses, algumas lágrimas e milhares de coisas a fazer, como se a vida fosse parar e nunca mais houvesse tempo para organizá-la do jeito que estava. É botar a casa em ordem e recomeçar algumas vezes.
Muita gente tem ido embora ultimamente. Da minha vida, da sua, da dos amigos. É gente vendo a luz se acender em outro túnel, mais escuro e mais perigoso, e, ainda assim, mais atraente. Eu mesma fui embora recentemente e ainda não tinha parado para pensar em como esse momento traz sentimentos tão contraditórios. Agora, sentada em uma nova mesa, com outros rostos à minha volta, estranhando dos sons às luzes que agora clareiam um pouco este túnel, consegui a distância e o tempo tão necessários para ver de outro jeito mais uma amiga partir em busca de “novos desafios”, o lugar aonde tanta gente querida tem ido junta.
Quando as pessoas vão embora, nunca estão sós, mas têm momentos de grande solidão. Porque, se compartilhar os medos e a angústia é plural, a decisão só pode ser uma.

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