No se puede confiar en los faunos

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Relacionado com a antítese, o paradoxo é uma figura de pensamento que consiste na exposição contraditória de idéias. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista psicológico/poético.(Simplificando, é uma afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na realidade expressa uma verdade possível.)

A diferença existencial entre antítese e paradoxo é que antítese toma nota de comparação por contraste ou justaposição de contrários, já o paradoxo reconhece-se como relação interna de contrários:

* Antítese: "Eu sou velho, você é moço."
* Paradoxo: "Eu sou um velho moço."

Luis Fernando Veríssimo escreveu: "Se você tentou falhar e conseguiu, você descobriu o que é paradoxo.
"

Pois bem, coloquei tudo isso aí para tentar achar um norte para as coisas que estou sentindo dias depois de ter assistido O Labirinto do Fauno. Não há quem me convença de que este é um filme sobre uma menina em busca de um reino encantando. Não, não. O labirinto é bem mais em baixo. O filme tem cenas de violência tão duras, que em certos momentos desejei mandar o diretor, Guillermo del Toro, para Hollywood, que isso não é coisa que se faz com a gente. Mas acabou que na última cena do filme eu não era a única pessoa a chorar desconsolada na sala e então fiquei pensando nas contradições, antíteses, ambigüidades e paradoxos da vida. Porque uma coisa pode ser feia e bela ao mesmo tempo. Ruim e boa. Distante e próxima. E por aí vai. Como misturar sabores, houve um tempo em que eu não gostava de comida doce e salgada num mesmo prato. Mas hoje vejo que a vida tem muito mais graça quando os contrários não se excluem totalmente. Virei um paradoxo a partir do momento em que tentei falhar e finalmente consegui.

2 comentários:

ana succi disse...

Esse filme é realmente fantástico.

Anônimo disse...

Olá!
Colocando crétido, ñ há problemas!
abraços

http://metaphoras.wordpress.com/