Questão de tempo

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Ainda bem que existem os fins de semana. Só um sábado e um domingo são capazes de trazer as pessoas para a normalidade. Porque o que vivemos de segunda a sexta não é a nossa vida. É o trabalho, são os jobs, são os colegas, alguma paixonite fora de hora, uma briga entre amigos, feridas mal curadas, risadas bobas pelo messenger, tentativas frustradas de chegar mais cedo, é o rodízio, é aula disso e daquilo, é família ligando para saber notícias, o amor da sua vida de meias, cólica, rinite, choro, cafés intermináveis, ásanas impraticáveis, almoço feliz, saudades, planos. Mas no fim de semana não. Nesses dias você é o que sobra de tudo que aconteceu e o do que queria ter feito. É quando consegue dar o tempo devido para que o trabalho não seja mais importante do que rir da pessoa de meias. Quando descobre que brigar com os amigos vai passar tão depressa quanto as horinhas que tem para o almoço. Que a paixonite passa e as borboletas podem ficar em paz. Que a cólica e a rinite vão voltar e que toda semana vai ter coisas muito boas e alguns momentinhos ruins também. E que eles sejam muito menores do que nossa capacidade de olhar para a frente e sentir saudades.

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