Presente de Natal
Mais um post da série dicas quentes para o fim de ano: se quiser presentear alguém, para o bem ou para o mal, a loja Emporium da Limpeza, que fica na ala de serviços do shopping Eldorado, personaliza capachos da 3M com o texto que você quiser. É uma maneira criativa de dar o seu recado logo de cara.
O meu é este aí. Ainda não sei o que os vizinhos estão pensando da gente.
O meu é este aí. Ainda não sei o que os vizinhos estão pensando da gente.
Cafezinho
A dica é do namorido: Starbucks abriu a primeira loja no Brasil. Mesmo não tendo o charme das lojinhas de rua de Nova York, já dá pra sentir o gostinho de um jeito diferente de tomar café.
Indiana Jones
Mais uma vez tenho aquela sensação de ter escapado das paredes que estavam prestes a me prensar, da bola gigante correndo em minha direção ou da porta de ferro que me trancaria para sempre num quarto cheio de sapos imundos (sapo é pior que cobra), por uma mísera frestinha.
Mas a sensação de se sentir salva de uma maldição não diminui a tristeza de saber que outros estão lá. Com os sapos, cobras e lagartos desse mundinho cruel que é a propaganda.
Hoje, se eu pudesse fazer um anúncio, seria este: Não invista em sua carreira. Perca seu tempo pensando num plano B e não viva para o trabalho que te dão.
O stress só é fundamental para quem tem certeza que no dia seguinte terá como pular desse barco.
Mas a sensação de se sentir salva de uma maldição não diminui a tristeza de saber que outros estão lá. Com os sapos, cobras e lagartos desse mundinho cruel que é a propaganda.
Hoje, se eu pudesse fazer um anúncio, seria este: Não invista em sua carreira. Perca seu tempo pensando num plano B e não viva para o trabalho que te dão.
O stress só é fundamental para quem tem certeza que no dia seguinte terá como pular desse barco.
Aniversário
Quer me dar um presente? Então veja o que uma menina que vi crescer é capaz de fazer com as palavras. Sem falar que ela dança tão lindamente que nunca alguém será capaz de tirar sua luz.
Mari, obrigada por deixar meu dia mais especial.
Mari, obrigada por deixar meu dia mais especial.
Tempo
Novidade: coloquei um selinho da Climatempo aqui no blog, com a previsão meteorológica para São Paulo, atualizada diariamente. Depois das 16h (horário de Brasília), o selo mostrará a previsão para o dia seguinte. Patrícia Madeira, da CBN, você já era!
Passa fora, 2006.
Já me disseram uma vez que, quando a gente ri muito num dia, chora no outro. Isso deve valer também para os anos.
Rapidinhas e ilustradas
- Por culpa da Mel, assisti a toda a segunda temporada de Lost, e claro que fiquei perdida. Agora quero a terceira!
- Quem estava acompanhando a investigação sobre a morte do coronel Ubiratan deve ter notado que depois da queda do avião da Gol, a imprensa se calou sobre o assunto. Droga, era como uma novelinha pra mim. E acidente por acidente, prefiro o do seriado.
- Não contei ainda que um exemplar da revista Caras deixado na minha porta desapareceu. Tá, eu acho essa revista o fim do fundo profundo, mas tive um motivo para assiná-la. E quem rouba Caras da porta dos outros consegue ser pior do que quem assina, não é? Meu amigo Auki está tomando providências, pois parece que este não é um caso isolado.
- Vamos falar de política? Não, não vamos.
- Eu e o namorido matriculamos Miss Piggy numa escolinha para cães. Aos sábados ela aprenderá técnicas de obediência (porque, quando chamada, ela não vem nem se estivermos com uma peça de picanha nas mãos), sociabilização (dispensável, já que ela gosta de todo o mundo – canino, humano, felino e afins) e agility (mico para os papais aqui). Achamos que não soubemos educar o cão e estamos temerosos quanto a nosso futuro papel de pais. Nossa desculpa é que os pugs foram feitos para ficar no colo, amar as pessoas e dormir em travesseiros. E ela não tem mais dúvida de que é o centro do universo.
- Meu amigo Beto me mandou uma foto da escola onde estudamos na Califórnia. Parece que, mesmo estando longe, todos os que estivemos lá temos saudades parecidas.
- Dica de programa: Projeto 48 Horas, na TNT.
- Mel está de férias e não vejo a hora dela voltar pra me contar as (muitas) novidades.
- Quem estava acompanhando a investigação sobre a morte do coronel Ubiratan deve ter notado que depois da queda do avião da Gol, a imprensa se calou sobre o assunto. Droga, era como uma novelinha pra mim. E acidente por acidente, prefiro o do seriado.
- Não contei ainda que um exemplar da revista Caras deixado na minha porta desapareceu. Tá, eu acho essa revista o fim do fundo profundo, mas tive um motivo para assiná-la. E quem rouba Caras da porta dos outros consegue ser pior do que quem assina, não é? Meu amigo Auki está tomando providências, pois parece que este não é um caso isolado.
- Vamos falar de política? Não, não vamos.
- Eu e o namorido matriculamos Miss Piggy numa escolinha para cães. Aos sábados ela aprenderá técnicas de obediência (porque, quando chamada, ela não vem nem se estivermos com uma peça de picanha nas mãos), sociabilização (dispensável, já que ela gosta de todo o mundo – canino, humano, felino e afins) e agility (mico para os papais aqui). Achamos que não soubemos educar o cão e estamos temerosos quanto a nosso futuro papel de pais. Nossa desculpa é que os pugs foram feitos para ficar no colo, amar as pessoas e dormir em travesseiros. E ela não tem mais dúvida de que é o centro do universo.
- Meu amigo Beto me mandou uma foto da escola onde estudamos na Califórnia. Parece que, mesmo estando longe, todos os que estivemos lá temos saudades parecidas.
- Dica de programa: Projeto 48 Horas, na TNT.
- Mel está de férias e não vejo a hora dela voltar pra me contar as (muitas) novidades.
10 razões para não me mandarem e-mails sobre política
1 – Posso dizer com certeza absoluta que não é isso que vai me convencer a votar em alguém.
2 – A maioria das pessoas que resolvem discutir isso usando a Internet não é considerada, por mim, exemplo a seguir.
3 – Sou relativamente bem informada e sei onde procurar as informações que considero importantes em época de eleição.
4 – Essas informações têm mais a ver com programas de governo e com a história de vida do candidato do que com farpas trocadas entre partidos. Isso me faz decidir.
5 – Não tenho opiniões engessadas sobre ninguém.
6 – Pego implicância de gente que se mete a falar de política usando jargões e acreditando em lendas urbanas (o famoso "rouba, mas faz").
7 – Acho que jornais e revistas já mentem o suficiente.
8 – Não acredito em propaganda, ainda mais a eleitoral.
9 – Vou deletar toda essa porcaria mesmo.
10 – Vou ter que justificar meu voto desta vez :( Por isso, não percam seu tempo.
2 – A maioria das pessoas que resolvem discutir isso usando a Internet não é considerada, por mim, exemplo a seguir.
3 – Sou relativamente bem informada e sei onde procurar as informações que considero importantes em época de eleição.
4 – Essas informações têm mais a ver com programas de governo e com a história de vida do candidato do que com farpas trocadas entre partidos. Isso me faz decidir.
5 – Não tenho opiniões engessadas sobre ninguém.
6 – Pego implicância de gente que se mete a falar de política usando jargões e acreditando em lendas urbanas (o famoso "rouba, mas faz").
7 – Acho que jornais e revistas já mentem o suficiente.
8 – Não acredito em propaganda, ainda mais a eleitoral.
9 – Vou deletar toda essa porcaria mesmo.
10 – Vou ter que justificar meu voto desta vez :( Por isso, não percam seu tempo.
Antes que o mundo acabe
Ouvi agora a melhor teoria de todos os tempos sobre os Atendimentos de agências de propaganda: todos eles são morcegos disfarçados. Quando começa a escurecer, saem de suas cavernas, batendo asas desesperadamente, debatendo-se uns contra os outros, atropelando os animais que estão pelo caminho, cegos, loucos, esfomeados, e querem sangue antes que o dia amanheça e tudo vire pó. Para mim faz muito sentido.
Freud explica
O que significa sonhar que dois bandidos invadiram sua casa e levaram apenas os travesseiros?
Kissing the war goodbye
Há exatos 61 anos um beijo celebrou o fim da Segunda Guerra Mundial na Times Square. Eu acho que é isso que está faltando ao mundo nos dias de hoje.
em boa companhia
nem a pior TPM de todos os tempos nem meu inferno astral nem meu dedo mais que inflamado tiveram o poder de estragar meu fim de semana...tem coisa melhor que estar cercada de cachorros por todos os lados, um sol maravilhoso, um lugar mais maravilhoso ainda, pessoas queridas, namoridos superentrosados (bêbados, mas entrosados) e um tempão pra matar um tantinho da saudade da minha amiga mais querida???
Primeiro sentido
Fiquei feliz hoje ao saber que meu livro preferido de todos os tempos virou filme.
O Perfume conta a história de um homem que nasceu sem cheiro e que, por isso, sabia sentir e decifrar cada perfume – bom ou ruim – que atravessasse seu caminho. É também a história da busca do cheiro perfeito, em uma narrativa tão rica, que me fez ter outra percepção olfativa por vários dias – e que me persegue em momentos quando lembro da minha infância inteirinha ao sentir cheiro de plástico de boneca.
Depois de muitos outros livros que brincaram com meus sentidos, O Perfume é o que continua fazendo parte de uma memória que não é voluntária: vem no ar e impregna na gente.
O Perfume conta a história de um homem que nasceu sem cheiro e que, por isso, sabia sentir e decifrar cada perfume – bom ou ruim – que atravessasse seu caminho. É também a história da busca do cheiro perfeito, em uma narrativa tão rica, que me fez ter outra percepção olfativa por vários dias – e que me persegue em momentos quando lembro da minha infância inteirinha ao sentir cheiro de plástico de boneca.
Depois de muitos outros livros que brincaram com meus sentidos, O Perfume é o que continua fazendo parte de uma memória que não é voluntária: vem no ar e impregna na gente.
Controller
Piggy é mesmo minha filha. Além dos cabelos pretinhos, de gostar do namorido quentinho, de colo e de sair para longos passeios, ela tem mostrado cada vez mais que tem olhos de revisora: controla cada movimento nosso pela casa e estranha cada alteração, nem que seja uma folhinha caída de um vaso novo. Além disso, vê televisão e aposto que já sabe quem é o filho da Bia Falcão.
A menina e o futebol
É preciso que uma verdade seja dita: ela não entendia nada de futebol. Nada mesmo, e ria gostoso quando contavam a piada da Maria que perguntava ao marido o que o jogador de preto e com o apito na mão fazia atrapalhando o jogo.
Quando pequena, nas férias, via um avô sempre muito sisudo esquecer da vida diante de um jogo do Palestra. Mas nos outros dias o futebol não fazia parte de sua vida, simplesmente. Sabia que ele existia, mas o deixava quieto em seu canto, como deixaria quieta uma questão de física quântica, e só se lembrava de algumas regras do impedimento quando havia jogo do Brasil na Copa. E quando o avô de olhinhos azuis morreu e foi numa Copa, ela sabia que as visitas seriam mais breves porque haveria jogo.
A partir daí desprezou os campeonatos todos que existem, ignorando mesmo os do campinho em que o irmão ia vez ou outra e os dos meninos que jogavam em frente à escola de ballet, olhando comprido para as pernas das meninas. E foi nessa época, no ano de sua formatura, que ela conheceu o Zé Carlos. Entre tantas afinidades, havia o futebol. Ou não havia, porque ele mal sabia quando era pênalti. E então as tardes de domingo não eram comprometidas nem ao menos por um locutor ensandecido narrando os nomes dos jogadores de cada time entremeados pelos “toca a bola”, “chutou pro gol” e “vai cobrar escanteio” tão previsíveis.
Os dois faziam planos de casar, queriam ter filhos, e a Vila Buarque, em São Paulo, viu nascer o casal mais perfeito que existia, os dois de mãos dadas passeando calmamente pelas ruas depois de uma sessão de cinema.
Mas houve um dia em que ela acordou diferente. Não quis comer, passou o dia na cama. E quando o Zé Carlos chegou à noitinha para namorarem, ela desejou que ele morresse. Pior, o expulsou aos gritos dizendo que ele não era homem de verdade. A mãe chamou a cunhada às pressas e tentaram fazer com que a menina falasse o que tinha acontecido. Em vão. Apelaram então para as orações e, secretamente, fizeram um trabalhinho que a empregada ensinara, para desfazer qualquer mau-olhado que tivesse caído sobre o casal.
Nada adiantava, a menina não queria nada nem ninguém por perto, pensava no Zé Carlos e enjoava. Começaram a dizer pela vizinhança que ela tinha perdido o juízo. Falavam até em internação.
Até que em um domingo uma música invadiu seu quarto e a fez ter vontade de ver o dia. Saiu caminhando sozinha pelas calçadas desertas e cheirando a almoço em família. Seguia o batucar da música, que aos poucos ficava mais forte, dizendo que em uns dias chove, noutros bate sol. Sorria, a menina.
Chegou a um campinho deserto, onde amigos jogavam uma pelada e um grupo ensaiava um sambinha. E lá a menina conheceu Chico e se sentiu completa: o futebol a encontrara.
Quando pequena, nas férias, via um avô sempre muito sisudo esquecer da vida diante de um jogo do Palestra. Mas nos outros dias o futebol não fazia parte de sua vida, simplesmente. Sabia que ele existia, mas o deixava quieto em seu canto, como deixaria quieta uma questão de física quântica, e só se lembrava de algumas regras do impedimento quando havia jogo do Brasil na Copa. E quando o avô de olhinhos azuis morreu e foi numa Copa, ela sabia que as visitas seriam mais breves porque haveria jogo.
A partir daí desprezou os campeonatos todos que existem, ignorando mesmo os do campinho em que o irmão ia vez ou outra e os dos meninos que jogavam em frente à escola de ballet, olhando comprido para as pernas das meninas. E foi nessa época, no ano de sua formatura, que ela conheceu o Zé Carlos. Entre tantas afinidades, havia o futebol. Ou não havia, porque ele mal sabia quando era pênalti. E então as tardes de domingo não eram comprometidas nem ao menos por um locutor ensandecido narrando os nomes dos jogadores de cada time entremeados pelos “toca a bola”, “chutou pro gol” e “vai cobrar escanteio” tão previsíveis.
Os dois faziam planos de casar, queriam ter filhos, e a Vila Buarque, em São Paulo, viu nascer o casal mais perfeito que existia, os dois de mãos dadas passeando calmamente pelas ruas depois de uma sessão de cinema.
Mas houve um dia em que ela acordou diferente. Não quis comer, passou o dia na cama. E quando o Zé Carlos chegou à noitinha para namorarem, ela desejou que ele morresse. Pior, o expulsou aos gritos dizendo que ele não era homem de verdade. A mãe chamou a cunhada às pressas e tentaram fazer com que a menina falasse o que tinha acontecido. Em vão. Apelaram então para as orações e, secretamente, fizeram um trabalhinho que a empregada ensinara, para desfazer qualquer mau-olhado que tivesse caído sobre o casal.
Nada adiantava, a menina não queria nada nem ninguém por perto, pensava no Zé Carlos e enjoava. Começaram a dizer pela vizinhança que ela tinha perdido o juízo. Falavam até em internação.
Até que em um domingo uma música invadiu seu quarto e a fez ter vontade de ver o dia. Saiu caminhando sozinha pelas calçadas desertas e cheirando a almoço em família. Seguia o batucar da música, que aos poucos ficava mais forte, dizendo que em uns dias chove, noutros bate sol. Sorria, a menina.
Chegou a um campinho deserto, onde amigos jogavam uma pelada e um grupo ensaiava um sambinha. E lá a menina conheceu Chico e se sentiu completa: o futebol a encontrara.
Um último pedido a Santo Antônio
Que São Toninho abençoe e ilumine nossa seleção!
Afinal, nenhum povo é mais dependente de alegria
do que nós, Povo Brasilêro.
Alegria nos dá identidade, jogo de cintura e
malemolência.
Alegria nos dá prumo.
Alegria é nossa vocação e nossa compulsão.
Nossa sabedoria e nossa força.
(Às vezes, nosso calcanhar-de-aquiles.)
Mas, acima de tudo:
ALEGRIA É O QUE NOS DÁ SUSTANÇA.
Proteína vem depois.
Alegria mantém a cor vermelha do nosso sangue.
Luiz Alberto Amaral, um grande amigo
Afinal, nenhum povo é mais dependente de alegria
do que nós, Povo Brasilêro.
Alegria nos dá identidade, jogo de cintura e
malemolência.
Alegria nos dá prumo.
Alegria é nossa vocação e nossa compulsão.
Nossa sabedoria e nossa força.
(Às vezes, nosso calcanhar-de-aquiles.)
Mas, acima de tudo:
ALEGRIA É O QUE NOS DÁ SUSTANÇA.
Proteína vem depois.
Alegria mantém a cor vermelha do nosso sangue.
Luiz Alberto Amaral, um grande amigo
Não é amor, é calor
O namorido anda reclamando que eu e a Piggy só nos aproximamos dele quando estamos com frio. Ele é bem quentinho mesmo. :)
O diabo do atendimento
Preciso deixar registrado aqui meu grito de protesto. Sabe essas tabelas da Copa que provavelmente você ganhou em todos os estabelecimentos ao consumir alguma coisa? Então, algumas delas estão erradas. E digo mais: a culpa NÃO é do revisor. Sim, porque a maioria das pessoas vai culpar esse pobre profissional, rindo com o cantinho dos lábios, ou, ainda, vai dizer que ninguém revisou o material.
Estou aqui, hoje, para provar que isso é mentira. Sou a prova viva, ambulante e absolutamente revoltada disso. Sabe por que? Aqui na agência onde trabalho, é óbvio, um cliente (dos grandes) resolveu fazer sua tabelinha (ficamos surpresos por não termos que fazer para todos os benditos clientes). Lá veio a ela, com os países separados por grupos e os jogos, com data, hora e os nomes das cidades.
Não é fácil revisar um trabalho desses, meus amados. Primeiro, porque é uma verdadeira aula de geografia procurar os nomes corretos, e em português, de países que, por exemplo, no meu tempo de colégio eram conhecidos como Tchecoslováquia. Que agora se separou e virou a Eslováquia (que não joga) e a República Checa (uma notinha cretina: o manual mais usado pelos revisores adota essa grafia. A Globo também. Mas ninguém aceita, o que nos obriga a consultar o Houaiss. Tá lá: República Checa é o mesmo que Tcheca. Existe também a forma Chéquia. E eu, cansada desse assunto que já beirava a baixaria, tendo que explicar para o pessoal do Atendimento que coisas assim acontecem com a nossa língua). Sem falar que as referências traziam no grupo H um país chamado Ucrácia. Mas não pára aí. Lembrem-se, a Copa é na Alemanha. E os nomes de cidades como Kaiserslautern e Gelsenkirchen, há três meses, não eram familiares como agora, Ich muss mich entschuldigen!
Mas, depois de tanto trabalho e alguma pesquisa, coisa que eu adoro fazer, liberei o material, cuidadosamente revisado, e orgulhosa de participar um pouquinho da Copa, nem que fosse assim. Porém, como todo mundo que trabalha com propaganda sabe, houve uma alteração. E lá vai a tabela para a Criação diagramar com dois tapinhas para a direita e dois para a esquerda. E o cliente pede para aumentar o logotipo. O básico de sempre, que me faz acreditar que posso ser Criação ou cliente assim que eu quiser. E lá vem a tabela para a revisão mais uma vez. Com uma ressalva: usar uma nova referência, com os nomes dos países, datas e locais de jogos corretíssimos. Praticamente uma tabela da Fifa. Oba, agora sim, nada de Ucrácia.
Quando aparecem jobs desse naipe, eu costumo abstrair tudo ao meu redor. Desligo o MSN, não escuto nem o cara do retoque me pedindo desculpas por ter me chutado por debaixo da mesa mais uma vez. Fico ali, eu e a tabela, contando letrinha, imersa na profusão de vogais, consoantes e números, com o medo, sempre ele, de errar. Afinal, é pensando nessa verdade que o revisor trabalha. O medo e o erro são o combustível do revisor.
Meses depois, nas oitavas-de-final, corre a loira do Atendimento gritando: a tabela está errada! Milhões de cópias distribuídas. O nome do cliente em jogo! E de quem é a culpa? Da revisão.
Foi uma bela discussão. A loira dizendo que, onde já se viu, trocar nomes e jogos da Copa do Mundo! A Tráfego correndo atrás da CPI do job. E eu quieta, esperando o show acabar. Porque tem uma coisa: revisor sabe onde erra. E eu poderia errar num nome, mas não me atreveria a trocar partidas inteiras, comprometendo as oitavas e quartas-de-final. Nem que fosse para ajudar o Brasil!
Então alguém levanta a referência. Aquela “corretíssima”. Em agência de propaganda, existe uma coisa chamada “o diabo de plantão”. A gente usa essa expressão para quando, mesmo com todo o cuidado, alguma coisa sai errada. Parece que, no caso dessa tabela, o belzebu estava na cola do Atendimento. Porque foi ele quem passou a referência errada, erradíssima. Na alteração pedida pelo cliente, a Criação usou uma tabela diferente da primeira, tirada de não se sabe onde (o povo da Criação é meio pirado mesmo), e imprimiu como sendo a versão final e verdadeira para a loira do Atendimento anexar ao job escrevendo em letras garrafais: dados corretos. E assim, o pobre revisor é enganado e revisa feliz um trabalho que já está condenado. Sem ao menos sonhar que aquela primeira versão, antes da alteração, era a certa. É nisso que dá mexer com time que está ganhando.
Estou aqui, hoje, para provar que isso é mentira. Sou a prova viva, ambulante e absolutamente revoltada disso. Sabe por que? Aqui na agência onde trabalho, é óbvio, um cliente (dos grandes) resolveu fazer sua tabelinha (ficamos surpresos por não termos que fazer para todos os benditos clientes). Lá veio a ela, com os países separados por grupos e os jogos, com data, hora e os nomes das cidades.
Não é fácil revisar um trabalho desses, meus amados. Primeiro, porque é uma verdadeira aula de geografia procurar os nomes corretos, e em português, de países que, por exemplo, no meu tempo de colégio eram conhecidos como Tchecoslováquia. Que agora se separou e virou a Eslováquia (que não joga) e a República Checa (uma notinha cretina: o manual mais usado pelos revisores adota essa grafia. A Globo também. Mas ninguém aceita, o que nos obriga a consultar o Houaiss. Tá lá: República Checa é o mesmo que Tcheca. Existe também a forma Chéquia. E eu, cansada desse assunto que já beirava a baixaria, tendo que explicar para o pessoal do Atendimento que coisas assim acontecem com a nossa língua). Sem falar que as referências traziam no grupo H um país chamado Ucrácia. Mas não pára aí. Lembrem-se, a Copa é na Alemanha. E os nomes de cidades como Kaiserslautern e Gelsenkirchen, há três meses, não eram familiares como agora, Ich muss mich entschuldigen!
Mas, depois de tanto trabalho e alguma pesquisa, coisa que eu adoro fazer, liberei o material, cuidadosamente revisado, e orgulhosa de participar um pouquinho da Copa, nem que fosse assim. Porém, como todo mundo que trabalha com propaganda sabe, houve uma alteração. E lá vai a tabela para a Criação diagramar com dois tapinhas para a direita e dois para a esquerda. E o cliente pede para aumentar o logotipo. O básico de sempre, que me faz acreditar que posso ser Criação ou cliente assim que eu quiser. E lá vem a tabela para a revisão mais uma vez. Com uma ressalva: usar uma nova referência, com os nomes dos países, datas e locais de jogos corretíssimos. Praticamente uma tabela da Fifa. Oba, agora sim, nada de Ucrácia.
Quando aparecem jobs desse naipe, eu costumo abstrair tudo ao meu redor. Desligo o MSN, não escuto nem o cara do retoque me pedindo desculpas por ter me chutado por debaixo da mesa mais uma vez. Fico ali, eu e a tabela, contando letrinha, imersa na profusão de vogais, consoantes e números, com o medo, sempre ele, de errar. Afinal, é pensando nessa verdade que o revisor trabalha. O medo e o erro são o combustível do revisor.
Meses depois, nas oitavas-de-final, corre a loira do Atendimento gritando: a tabela está errada! Milhões de cópias distribuídas. O nome do cliente em jogo! E de quem é a culpa? Da revisão.
Foi uma bela discussão. A loira dizendo que, onde já se viu, trocar nomes e jogos da Copa do Mundo! A Tráfego correndo atrás da CPI do job. E eu quieta, esperando o show acabar. Porque tem uma coisa: revisor sabe onde erra. E eu poderia errar num nome, mas não me atreveria a trocar partidas inteiras, comprometendo as oitavas e quartas-de-final. Nem que fosse para ajudar o Brasil!
Então alguém levanta a referência. Aquela “corretíssima”. Em agência de propaganda, existe uma coisa chamada “o diabo de plantão”. A gente usa essa expressão para quando, mesmo com todo o cuidado, alguma coisa sai errada. Parece que, no caso dessa tabela, o belzebu estava na cola do Atendimento. Porque foi ele quem passou a referência errada, erradíssima. Na alteração pedida pelo cliente, a Criação usou uma tabela diferente da primeira, tirada de não se sabe onde (o povo da Criação é meio pirado mesmo), e imprimiu como sendo a versão final e verdadeira para a loira do Atendimento anexar ao job escrevendo em letras garrafais: dados corretos. E assim, o pobre revisor é enganado e revisa feliz um trabalho que já está condenado. Sem ao menos sonhar que aquela primeira versão, antes da alteração, era a certa. É nisso que dá mexer com time que está ganhando.
Na Copa
A imprensa começando a pagar a língua por ter falado tão mal (ou melhor, por só ter falado) do Ronaldo.
Piggy, the pug
Levei minha cachorrinha para conhecer a cidade dos três esses. Aliás, pra conhecer o mundo, que estava ficando muito limitado ao meu apartamento, já que a pequena não pode sair antes de completar o programa de vacinação. Porém a veterinária a liberou com algumas considerações e lá fomos nós. Urbana até o último pelinho de seu rabo torto, Piggy não sabia muito bem andar na grama, não fez xixi fora do tapete higiênico, quase caiu na piscina, fez inimizade com a boxer que me deu esse nome, comeu bituca de cigarro, pipoca e papel de bala, conheceu os colos mais quentinhos da família e dos amigos, se jogou nos braços de qualquer criança que acenasse, correu muito, comeu pouco, prendeu as necessidades nos 480 km da volta. Além disso, viu o Brasil ganhar de 2 a 0 da Austrália, ignorando os fogos mais empolgados da nossa torcida, e a gente ficar triste com a morte de Bussunda. Foi um fim de semana cheio de emoções e, quando chegamos, ela dormiu encolhidinha no meu ombro, cada vez mais minha dona.
PS: Miss Piggy está no Dogster. Clique aqui para conhecer o orkut dos cães e faça amigos de pêlo por todo o mundo
leia e passe pra 200 pessoas, senão vc será amaldiçoado...
amiga, isso é realmente um saco, principalmente quando essas adoráveis mensagens de otimismo enchem a caixa do e-mail do seu trabalho. quase não dou meu endereço, mas descobrem, é impressionante. mas aqui entre nós, os que me dão arrepios são aqueles com assunto "espero receber de volta"...afe!!! será que a pessoa espera MESMO receber de volta??? tem que ser muito carente pra mandar uma coisa dessa. vá se tratar, né? ou, como diz minha mãe, vá lavar um tanque bem cheio de roupa...
nossa, acho que nós duas juntas hoje seria um perigo à humanidade...tadinho dos namoridos...rsrsrs.
nossa, acho que nós duas juntas hoje seria um perigo à humanidade...tadinho dos namoridos...rsrsrs.
TPM Rules
Não sei se é questão de avisar, e eu talvez não saiba como fazer isso (Mel, acho que você se sai melhor no quesito sinceridade), mas como a gente faz para não receber mais mensagens de amigos que nos desejam, toda santa sexta-feira, um feliz fim de semana? Pior que esses são os que desejam uma boa semana em plena segunda-feira.
Olheiras
Eu já sei como é ter um bebê em casa. E como uma criatura de meio quilo é capaz de te destruir. Mas não é a melhor coisa deste mundo?
Miss Piggy chegou em casa há 5 dias e já é nossa dona. Essa pug de dois meses de idade tem feito todos os nossos dias (e as noites) serem ímpares.
Miss Piggy chegou em casa há 5 dias e já é nossa dona. Essa pug de dois meses de idade tem feito todos os nossos dias (e as noites) serem ímpares.
Um dia ímpar (mesmo sendo par)
Não é todo dia que a gente acorda e descobre que dois gominhos no abdômen significam que os exercícios de Yôga realmente funcionam. Não é sempre que você passa o dia no trabalho não fazendo nada a não ser imitar a letra de uma celebridade (que, no caso, tem meu nome, mas deve ter a minha altura só em pernas). Não é todo dia também que você ganha duas passagens para Nova York ao fazer duas assinaturas de Caras.
Ou eu vou ser muito castigada tendo de ler tanta fofoca por dois anos ou vou acordar daqui a pouco e ir correndo malhar pra que os tais gominhos não fiquem no sonho.
Ou eu vou ser muito castigada tendo de ler tanta fofoca por dois anos ou vou acordar daqui a pouco e ir correndo malhar pra que os tais gominhos não fiquem no sonho.
Dez motivos para assistir E.R.
Já faz um tempão que vejo seriados em TV. Mas gosto mais do primeiro a que assisti pra valer, quando Barrados no Baile começava a perder a graça. Não sei se é por ser filha de médico e ter passado uma parte da minha infância visitando a UTI com meu pai, mas quando vejo os doutores em ação, consigo até sentir os cheiros que um hospital de verdade tem. Por isso, e por ficar impressionada com a ação das filmagens e dos atores de E.R., eu digo que com este seriado é possível aprender algumas coisas que estão além de saber com quem sair no próximo encontro, com quem transar, que poderes sobrenaturais tem o bonitão da escola, quem é o assassino da vez, e quais são os mistérios de uma ilha perdida:
1 – Você começa a se acostumar com sangue.
2 – Saberá o que é uma assístole.
3 – Irá ver os frangos de açougue com um olhar mais científico.
4 – Saberá que no site do programa existe um link para assinar um abaixo assinado contra o genocídio em Darfur (participem!).
5 – Sentirá saudades do George Clooney (isso vale para os homens também, mesmo que eles não admitam).
6 – Vai chorar quando o doutor Mark Greene morrer, mesmo que ele morra muitas vezes nas milhões de reprises que a Warner exibe.
7 – Ficará se perguntando onde está o cameraman nas cenas mais movimentadas do pronto-socorro do County.
8 – Vai aprender a gostar do Dr. Romano.
9 – Saberá do que uma boa trilha sonora é capaz. Principalmente no fim de cada episódio.
10 – Descobrirá que o trabalho dos médicos é muito pior que o seu, mas que deve valer a pena.
1 – Você começa a se acostumar com sangue.
2 – Saberá o que é uma assístole.
3 – Irá ver os frangos de açougue com um olhar mais científico.
4 – Saberá que no site do programa existe um link para assinar um abaixo assinado contra o genocídio em Darfur (participem!).
5 – Sentirá saudades do George Clooney (isso vale para os homens também, mesmo que eles não admitam).
6 – Vai chorar quando o doutor Mark Greene morrer, mesmo que ele morra muitas vezes nas milhões de reprises que a Warner exibe.
7 – Ficará se perguntando onde está o cameraman nas cenas mais movimentadas do pronto-socorro do County.
8 – Vai aprender a gostar do Dr. Romano.
9 – Saberá do que uma boa trilha sonora é capaz. Principalmente no fim de cada episódio.
10 – Descobrirá que o trabalho dos médicos é muito pior que o seu, mas que deve valer a pena.
Civil War at São Paulo
"what we've got here is failure to communicate
some men you just can't reach...
so, you get what we had here last week
which is the way he wants it!
well, he gets it!
n' i don't like it any more than you men."
some men you just can't reach...
so, you get what we had here last week
which is the way he wants it!
well, he gets it!
n' i don't like it any more than you men."
Corrente pra frente
Para ver mais uma animação sobre o país do futebol, clique na imagem.
PS: Isso não seria possível sem a colaboração de Enio Sam.
ossos do ofício
pois é...o tempo passa, o tempo voa, e eu continuo aqui, sentada na mesma cadeira, olhando pra esse computador...quando tudo parece cansativo, repetitivo, chato, aparece um "kit aparador de pêlos" pra revisar. pode?? que nome mais ridículo...mas o pior de tudo é escolher o que escrever para explicar esse kit. oras, pra que mais vai servir um kit aparador de pêlos??? eu mereço, né?
Luzes da Ribalta
Há algum tempo eu freqüentava uma grande academia aqui em São Paulo. Na verdade, tinha ido parar lá por causa de uma companhia de dança da qual eu participava e usávamos o espaço para ensaiar. Todas as manhãs eu estava lá e, além das aulas de ballet diárias, fazíamos todas as outras que a academia oferecia, como alongamento, Yôga, spinning, musculação e por aí vai.
Era muito comum ver gente famosa circulando ali. Não raro também era ver essa gente em revistas contando de como cuidavam do corpo e aparecendo, sorridente, em revistas de bem-estar, fitness e fofocas. Um mundinho interessante para uma garota que saiu do interior com o firme propósito de conquistar o mundo, mesmo que fosse trabalhando feito uma desvairada em agência de propaganda, escrevendo num blog e dançando, vez ou outra, em qualquer palco que for possível.
Num belo dia de verão, a coordenadora da companhia nos avisou que um jornal de grande circulação iria fotografar nossa aula de barra-solo, que é um tipo de aula de ballet feita no chão, muito potente para alongar e definir a musculatura, além de ter a vantagem de não sobrecarregar a coluna e evitar todos os tipos de desvios que a gente vai ganhando com o tempo. A gente que dança é aparecida por natureza. Gosta mesmo de sair em fotos, ainda mais se for fazendo o que gosta. Então foi um tal de botar o pé na cabeça, de fazer as aberturas mais lindas que existem, no melhor estilo Cirque du Soleil. Tudo pra sair bem na foto. Percebi, de cara, que o fotógrafo gostou de mim. Eu tenho a perna em xis e sei fazer uso dela para mostrar as minhas melhores linhas de bailarina.
À noite, depois do trabalho, liguei para toda a família dizendo que era muito possível que eu saísse na Folha de São Paulo no dia seguinte. O namorido ficou todo orgulhoso e prometeu que, bem cedinho, ia pegar o jornal no trabalho e mostrar para toda a diretoria da Fiesp, onde ele trabalhava, como eu estava ficando importante. É que no Brasil ainda fazem cara feia quando a gente diz que dança. As pessoas ficam se perguntando se nosso destino é ser tia de ballet em escolinhas para criança ou se vai parar atrás do Faustão gingando com a musiquinha da Videocassetada. Então, ali, no jornal, o mito iria por terra. Íamos mostrar mais uma utilidade da dança: ser reconhecida em público. No íntimo, sonhávamos em aparecer numa matéria da Boa Forma ao lado de gente famosa, e ainda mais magras e felizes. Porque bailarina tem uma vantagem enorme: somos perfeitas. “Procurando bem, todo mundo tem pereba, marca de bexiga ou vacina. E tem piriri, tem lombriga, tem ameba, só a bailarina que não tem.”
O dia seguinte demorou para aparecer. Mas quando veio trouxe consigo a surpresa. Ali, no caderno de esportes, nossa barra-solo foi transformada em aula para pessoas com lesões ortopédicas. Lesada??? Eu???? E, o pior, como imaginava, EU fui a queridinha do maldito fotógrafo que me colocou em primeiro plano, com a cara enfiada no meio das pernas, pra não dizer coisa mais indecente. Tava lá, pra diretoria da Fiesp ver, pra faculdade onde minha mãe trabalha e pro consultório do papai todo saber: um caramujo? Um frango assado? Um polvo?
O pior é que as pessoas perguntavam como saber se era eu mesma e, pela primeira vez na vida, tive vontade de dizer que não era. Mas me reconheceram por um anel que eu usava e foi a única coisa visível na confusão de pernas e bunda. Ah, mas minhas pernas em xis fizeram sucesso em outra ocasião. Finalmente a Boa Forma fez uma matéria comigo e com as outras bailarinas da companhia. Mas, se eu conto aqui, nossa reputação se perde para sempre. Acho que é por isso que a dança no Brasil não dá seus saltos.
Podem acreditar. Isso sou eu.
Era muito comum ver gente famosa circulando ali. Não raro também era ver essa gente em revistas contando de como cuidavam do corpo e aparecendo, sorridente, em revistas de bem-estar, fitness e fofocas. Um mundinho interessante para uma garota que saiu do interior com o firme propósito de conquistar o mundo, mesmo que fosse trabalhando feito uma desvairada em agência de propaganda, escrevendo num blog e dançando, vez ou outra, em qualquer palco que for possível.
Num belo dia de verão, a coordenadora da companhia nos avisou que um jornal de grande circulação iria fotografar nossa aula de barra-solo, que é um tipo de aula de ballet feita no chão, muito potente para alongar e definir a musculatura, além de ter a vantagem de não sobrecarregar a coluna e evitar todos os tipos de desvios que a gente vai ganhando com o tempo. A gente que dança é aparecida por natureza. Gosta mesmo de sair em fotos, ainda mais se for fazendo o que gosta. Então foi um tal de botar o pé na cabeça, de fazer as aberturas mais lindas que existem, no melhor estilo Cirque du Soleil. Tudo pra sair bem na foto. Percebi, de cara, que o fotógrafo gostou de mim. Eu tenho a perna em xis e sei fazer uso dela para mostrar as minhas melhores linhas de bailarina.
À noite, depois do trabalho, liguei para toda a família dizendo que era muito possível que eu saísse na Folha de São Paulo no dia seguinte. O namorido ficou todo orgulhoso e prometeu que, bem cedinho, ia pegar o jornal no trabalho e mostrar para toda a diretoria da Fiesp, onde ele trabalhava, como eu estava ficando importante. É que no Brasil ainda fazem cara feia quando a gente diz que dança. As pessoas ficam se perguntando se nosso destino é ser tia de ballet em escolinhas para criança ou se vai parar atrás do Faustão gingando com a musiquinha da Videocassetada. Então, ali, no jornal, o mito iria por terra. Íamos mostrar mais uma utilidade da dança: ser reconhecida em público. No íntimo, sonhávamos em aparecer numa matéria da Boa Forma ao lado de gente famosa, e ainda mais magras e felizes. Porque bailarina tem uma vantagem enorme: somos perfeitas. “Procurando bem, todo mundo tem pereba, marca de bexiga ou vacina. E tem piriri, tem lombriga, tem ameba, só a bailarina que não tem.”
O dia seguinte demorou para aparecer. Mas quando veio trouxe consigo a surpresa. Ali, no caderno de esportes, nossa barra-solo foi transformada em aula para pessoas com lesões ortopédicas. Lesada??? Eu???? E, o pior, como imaginava, EU fui a queridinha do maldito fotógrafo que me colocou em primeiro plano, com a cara enfiada no meio das pernas, pra não dizer coisa mais indecente. Tava lá, pra diretoria da Fiesp ver, pra faculdade onde minha mãe trabalha e pro consultório do papai todo saber: um caramujo? Um frango assado? Um polvo?
O pior é que as pessoas perguntavam como saber se era eu mesma e, pela primeira vez na vida, tive vontade de dizer que não era. Mas me reconheceram por um anel que eu usava e foi a única coisa visível na confusão de pernas e bunda. Ah, mas minhas pernas em xis fizeram sucesso em outra ocasião. Finalmente a Boa Forma fez uma matéria comigo e com as outras bailarinas da companhia. Mas, se eu conto aqui, nossa reputação se perde para sempre. Acho que é por isso que a dança no Brasil não dá seus saltos.
Podem acreditar. Isso sou eu.
Quando as pessoas vão embora
São dois lados que ficam. Duas vontades. Dois sentimentos. Duas novas opções. Dois sonhos e dois pesadelos. Dezenas de adeuses, algumas lágrimas e milhares de coisas a fazer, como se a vida fosse parar e nunca mais houvesse tempo para organizá-la do jeito que estava. É botar a casa em ordem e recomeçar algumas vezes.
Muita gente tem ido embora ultimamente. Da minha vida, da sua, da dos amigos. É gente vendo a luz se acender em outro túnel, mais escuro e mais perigoso, e, ainda assim, mais atraente. Eu mesma fui embora recentemente e ainda não tinha parado para pensar em como esse momento traz sentimentos tão contraditórios. Agora, sentada em uma nova mesa, com outros rostos à minha volta, estranhando dos sons às luzes que agora clareiam um pouco este túnel, consegui a distância e o tempo tão necessários para ver de outro jeito mais uma amiga partir em busca de “novos desafios”, o lugar aonde tanta gente querida tem ido junta.
Quando as pessoas vão embora, nunca estão sós, mas têm momentos de grande solidão. Porque, se compartilhar os medos e a angústia é plural, a decisão só pode ser uma.
Muita gente tem ido embora ultimamente. Da minha vida, da sua, da dos amigos. É gente vendo a luz se acender em outro túnel, mais escuro e mais perigoso, e, ainda assim, mais atraente. Eu mesma fui embora recentemente e ainda não tinha parado para pensar em como esse momento traz sentimentos tão contraditórios. Agora, sentada em uma nova mesa, com outros rostos à minha volta, estranhando dos sons às luzes que agora clareiam um pouco este túnel, consegui a distância e o tempo tão necessários para ver de outro jeito mais uma amiga partir em busca de “novos desafios”, o lugar aonde tanta gente querida tem ido junta.
Quando as pessoas vão embora, nunca estão sós, mas têm momentos de grande solidão. Porque, se compartilhar os medos e a angústia é plural, a decisão só pode ser uma.
a volta da que não foi
olha eu aqui!!!! demorei, mas apareci. é que estou meio sem assunto. não, não é falta de assunto, é preguiça mesmo. credo, tô parecendo uma velha. acho que estou no fuso-horário das férias ainda. desacostumei...rsrs. mas prometo que vou voltar ao ritmo...aos poucos...rsrs.
ah, e por falar em remédio pra TPM, vc tem noção do quanto é difícil ter TPM na época da páscoa? tô evitando ir ao supermercado, senão vou acabar presa. sou capaz de destruir em segundos aquela decoração que eles fazem. minha vida por um sonho de valsa!!!!!
ah, e por falar em remédio pra TPM, vc tem noção do quanto é difícil ter TPM na época da páscoa? tô evitando ir ao supermercado, senão vou acabar presa. sou capaz de destruir em segundos aquela decoração que eles fazem. minha vida por um sonho de valsa!!!!!
Remédio para TPM
Take away the sensation inside
Bitter sweet migraine in my head
It's like a throbbing toothache of the mind
I can't take this feeling anymore
Drain the pressure from the swelling,
This sensations overwhelming,
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright
Tell me that I won't feel a thing
So give me Novacaine
Out of body and out of mind
Kiss the demons out of my dreams
I get the funny feeling, that's alright
Jimmy says it's better than air,
I'll tell you why
Drain the pressure from the swelling,
This sensations overwhelming,
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright,
Tell me that I won't feel a thing,
So give me Novacaine
Oh, Novacaine
Drain the pressure from the swelling,
This sensations overwhelming
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright,
Tell me Jimmy I won't feel a thing,
So give me Novacaine
Give me Novacaine
Green Day
Bitter sweet migraine in my head
It's like a throbbing toothache of the mind
I can't take this feeling anymore
Drain the pressure from the swelling,
This sensations overwhelming,
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright
Tell me that I won't feel a thing
So give me Novacaine
Out of body and out of mind
Kiss the demons out of my dreams
I get the funny feeling, that's alright
Jimmy says it's better than air,
I'll tell you why
Drain the pressure from the swelling,
This sensations overwhelming,
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright,
Tell me that I won't feel a thing,
So give me Novacaine
Oh, Novacaine
Drain the pressure from the swelling,
This sensations overwhelming
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright,
Tell me Jimmy I won't feel a thing,
So give me Novacaine
Give me Novacaine
Green Day
Pêlo Curto Brasileiro
O ex-vira-latas, agora desenvolvido como raça, está sendo oficializado como Brazilian Shorthair. Ágil e esbelto, esse gato tem pêlo curto, apresenta várias cores e padronagens, incluindo os tigrados, preto e brancos, cinza e amarelos. São muito ativos e brincalhões, dóceis e inteligentes. Podem ser encontrados pelas ruas de todas as cidades e há clubes que já começaram a tirar o pedigree da primeira raça de gatos do Brasil.
Descobri que tenho uma gata de raça em casa. Isso explica o gosto refinado de Esmeralda Makhalina por Häagen-Dazs de morango.
Descobri que tenho uma gata de raça em casa. Isso explica o gosto refinado de Esmeralda Makhalina por Häagen-Dazs de morango.
Usem filtro solar (mais uma versão)
Brothers and sisters,
Como com o uso do filtro solar, foram cientificamente comprovados os benefícios de conhecer bem seu próprio idioma. Porém, hoje, deixo conselhos que baseiam-se unicamente na minha experiência: não escreva como se sempre fosse haver um revisor para corrigir seus textos. Assim, daqui a vinte anos você vai olhar para eles e ver quantas possibilidades se abriram para você e como poderia ter sido o melhor redator da agência. Quiçá um Grand Prix em Cannes.
Escreva com o cuidado que a paixão incita, releia e pense nos seus destinatários. Ou: em certos momentos, faça-se seu próprio revisor. Isso vale para os jobs das 4 horas da tarde de uma terça-feira ociosa.
Todos os dias, faça uma coisa que parece assustadora: consulte o dicionário e aprenda o sentido de uma nova palavra. Ou cante, relaxe e esqueça que tem anúncio de Renault na hora do almoço.
Talvez você goste, talvez não. Talvez seja útil, talvez não. Mas, na dúvida, não hesite, tenha o Houaiss à mão. Ele é bom e barato.
Talvez você se dê muito bem, é provável. Mas dance e lembre-se que erro de ortografia é como pisar no pé do seu parceiro. Esforce-se para acertar o passo.
Não tenha vergonha de falar bem. Aliás, falar bem é também falar de vários modos dentro do próprio idioma. A juventude também pode ser um momento para aprender a cuidar bem da linguagem. Não é jovem só aquele que usa gírias. Pode ser jovem, elegante e inteligente aquele que se comunica bem.
Abandone os preconceitos que o impedem de se aperfeiçoar. Em parte é verdade que os pais dos nossos pais falavam melhor, mas é mentira que você nunca os alcançará. A gramática da língua bem escrita é sempre mais agradável quando compreendida pelas palavras de um clássico, por isso ler bons autores é fonte rica, inesgotável e eficaz.
Aceite algumas verdades: ninguém é "de menor", mas "menor de idade". Preferimos uma coisa a outra. Meio-dia e meia (porque meia hora). Assistimos ao filme, à TV. “Asterístico” não existe e “a nível de” não significa coisa alguma. Tbém naum é bonitu iskrever assim no msn. Ou em qualquer lugar. E nem é legal ficar falando de um jeito que todos possam estar achando que você vai estar trabalhando no telemarketing.
Não confunda advérbio e adjetivo; o primeiro muda verbos, o segundo, substantivos. Considere a crase o resultado da fusão do artigo "a" com a preposição "a". Fora disso, não há crase. Evite construções redundantes ou mal formadas: encarar de frente, correr atrás do prejuízo etc. Preocupe-se com a concordância verbal, o sujeito da frase deve ser sua estrela-guia.
Tenha certeza de que dominar o próprio idioma é controlar uma parte importante do mundo que o cerca. Está diretamente ligado a se relacionar melhor com as outras pessoas.
Adote muitos idiomas, mas não permita que nenhum desvirtue suas origens.
Não tenha medo de errar e tirar dúvidas com a revisão.
Por outro lado, tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos. Mas seja paciente com elas. Conselhos, mesmo os do revisor, são uma forma de resgatar o passado ou a gramática do lixo e chamar a atenção dos mais novos para problemas fáceis de evitar. Creia ou não. Quem revisa amigo é.
Como com o uso do filtro solar, foram cientificamente comprovados os benefícios de conhecer bem seu próprio idioma. Porém, hoje, deixo conselhos que baseiam-se unicamente na minha experiência: não escreva como se sempre fosse haver um revisor para corrigir seus textos. Assim, daqui a vinte anos você vai olhar para eles e ver quantas possibilidades se abriram para você e como poderia ter sido o melhor redator da agência. Quiçá um Grand Prix em Cannes.
Escreva com o cuidado que a paixão incita, releia e pense nos seus destinatários. Ou: em certos momentos, faça-se seu próprio revisor. Isso vale para os jobs das 4 horas da tarde de uma terça-feira ociosa.
Todos os dias, faça uma coisa que parece assustadora: consulte o dicionário e aprenda o sentido de uma nova palavra. Ou cante, relaxe e esqueça que tem anúncio de Renault na hora do almoço.
Talvez você goste, talvez não. Talvez seja útil, talvez não. Mas, na dúvida, não hesite, tenha o Houaiss à mão. Ele é bom e barato.
Talvez você se dê muito bem, é provável. Mas dance e lembre-se que erro de ortografia é como pisar no pé do seu parceiro. Esforce-se para acertar o passo.
Não tenha vergonha de falar bem. Aliás, falar bem é também falar de vários modos dentro do próprio idioma. A juventude também pode ser um momento para aprender a cuidar bem da linguagem. Não é jovem só aquele que usa gírias. Pode ser jovem, elegante e inteligente aquele que se comunica bem.
Abandone os preconceitos que o impedem de se aperfeiçoar. Em parte é verdade que os pais dos nossos pais falavam melhor, mas é mentira que você nunca os alcançará. A gramática da língua bem escrita é sempre mais agradável quando compreendida pelas palavras de um clássico, por isso ler bons autores é fonte rica, inesgotável e eficaz.
Aceite algumas verdades: ninguém é "de menor", mas "menor de idade". Preferimos uma coisa a outra. Meio-dia e meia (porque meia hora). Assistimos ao filme, à TV. “Asterístico” não existe e “a nível de” não significa coisa alguma. Tbém naum é bonitu iskrever assim no msn. Ou em qualquer lugar. E nem é legal ficar falando de um jeito que todos possam estar achando que você vai estar trabalhando no telemarketing.
Não confunda advérbio e adjetivo; o primeiro muda verbos, o segundo, substantivos. Considere a crase o resultado da fusão do artigo "a" com a preposição "a". Fora disso, não há crase. Evite construções redundantes ou mal formadas: encarar de frente, correr atrás do prejuízo etc. Preocupe-se com a concordância verbal, o sujeito da frase deve ser sua estrela-guia.
Tenha certeza de que dominar o próprio idioma é controlar uma parte importante do mundo que o cerca. Está diretamente ligado a se relacionar melhor com as outras pessoas.
Adote muitos idiomas, mas não permita que nenhum desvirtue suas origens.
Não tenha medo de errar e tirar dúvidas com a revisão.
Por outro lado, tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos. Mas seja paciente com elas. Conselhos, mesmo os do revisor, são uma forma de resgatar o passado ou a gramática do lixo e chamar a atenção dos mais novos para problemas fáceis de evitar. Creia ou não. Quem revisa amigo é.
Os mais felizes proprietários
Já fazia um tempo que eu e o namorido (sim, eu casei, mas continuo namorando meu marido) pretendíamos comprar dois carros. Era isso ou fazer o pobre se levantar da cama muito mais cedo que o habitual só porque a madame aqui resolveu fazer um curso para ser instrutora de Yôga e, num futuro não muito distante, largar dessa vida besta de revisora de textos para entoar mantras num mosteiro qualquer. Bem, também não é assim, mas o fato é que encheu o saco ter um carro só e trabalhar longe de casa. Bom, na hora de decidir que carro eu iria ter… surpresa! Sagitariana que sou, não tinha nenhuma idéia que fosse viável. Eu precisava de um carro um pouquinho maior que meu 206, se não quisesse ouvir toda sorte de desaforos do demais passageiros toda vez que levasse o carregamento de tule para o ballet de Assis, atividade essa que estou exercendo com alguma freqüência a troco de uns trocados. Fora isso eu precisava de um carro bom, bonito e barato. E completo. Só, mais nada.
E daí foi um pega pra capar, querida Mel. Procura daqui, procura dali e nada. Não encontrava o meu carro ideal. Aliás, não encontrava carro algum, já que o do namorido tinha o mesmo perfil e a mesma dificuldade. Mas eis que em mais um dia de trabalho, me deparo com a seguinte frase: “O maior porta-malas da categoria: 510 litros.” Sabe quando você olha para uma coisa todos os dias e não percebe que ela existe? Tipo aqueles maridos que não sabem mais que cor é o cabelo da mulher… Então, isso estava acontecendo comigo. Não! Não com meu marido, que sabe até qual é a posição geográfica das minhas pintinhas. Isso estava acontecendo no meu trabalho. O carro perfeito estava bem na minha frente e eu não conseguia enxergar!
Tá, é difícil aceitar que seu carro será aquele que você xinga todo santo dia nos anúncios da agência onde trabalha. Isso é cuspir pra cima, cair na testa e ainda ter que usar como hidratante. Mas como um passe de mágica, e com o homem da sua vida falando que esse é um carrão, de repente, me vi dentro de um Clio Sedan. Preste muita atenção neste nome, Mel. Clio Sedan. Tá é um Clio… mas ele é sedan!!! Um carro com bunda. E, guardando as devidas proporções, com uma bunda muito maior do que as nossas juntas, amiguinha! 510 litros = uma bunda imensa.
Sobre o carro nas ruas: uma beleza. Nenhum ruído. Tanto que você não percebe que ele está ligado. E daí sai acelerando mais do que devia, distribuindo atestados de que está com um carro novo (mesmo que ele seja seminovo). E isso é tudo que os motoqueiros de São Paulo precisam. De posse desse atestado, eles te fazem um verdadeiro test drive pela Marginal do Rio Pinheiros. Passam buzinando e ameaçando chutar sua porta. Porque sabem que você ainda não se deu conta que o carro é maior, mas não mais largo. Ou então colam na sua traseira enquanto você se confunde com todos os botões novos que fazem a mesma coisa que seu carro anterior fazia, só que em lugares diferentes. De preferência pro lado oposto, como é o caso do limpador de pára-brisa. Deveria haver regra pra esse tipo de coisa. Pára-brisa liga para cima. Ou para baixo, não importa. Mas fazer um Peugeot de um jeito e um Renault de outro me parece briga de francês querendo ser melhor que o outro.
Mas nada, ainda, superou o desafio megaultrablaster que é estacionar um carro sedan. Primeiro, porque todas as vagas do mundo foram feitas para carros sem bunda. Os hatchs. Segundo, porque eu nunca tive bunda. Nem eu nem o carro. E terceiro, e finalmente, porque não sei fazer baliza desde que tirei carta. Tenho preguiça, não gosto, me cansa e não sou a fim de aprender. Pro lado direito ainda vai. Pro esquerdo nem a pau. É, pensando bem, acho que deveria haver regra também pra esse tipo de coisa. A gente não deveria ser mais lesado de um lado do corpo do que outro.
Bom, mas enfim, minha amiga, todo esse desabafo só teve o propósito de dizer que vou sentir falta daqui, de revisar “o maior porta-malas da categoria”, e de fazer os textos legais pra caramba de Renault. E é no meu Clio que vou matar as saudades de tanta gente legal que ficou.
E daí foi um pega pra capar, querida Mel. Procura daqui, procura dali e nada. Não encontrava o meu carro ideal. Aliás, não encontrava carro algum, já que o do namorido tinha o mesmo perfil e a mesma dificuldade. Mas eis que em mais um dia de trabalho, me deparo com a seguinte frase: “O maior porta-malas da categoria: 510 litros.” Sabe quando você olha para uma coisa todos os dias e não percebe que ela existe? Tipo aqueles maridos que não sabem mais que cor é o cabelo da mulher… Então, isso estava acontecendo comigo. Não! Não com meu marido, que sabe até qual é a posição geográfica das minhas pintinhas. Isso estava acontecendo no meu trabalho. O carro perfeito estava bem na minha frente e eu não conseguia enxergar!
Tá, é difícil aceitar que seu carro será aquele que você xinga todo santo dia nos anúncios da agência onde trabalha. Isso é cuspir pra cima, cair na testa e ainda ter que usar como hidratante. Mas como um passe de mágica, e com o homem da sua vida falando que esse é um carrão, de repente, me vi dentro de um Clio Sedan. Preste muita atenção neste nome, Mel. Clio Sedan. Tá é um Clio… mas ele é sedan!!! Um carro com bunda. E, guardando as devidas proporções, com uma bunda muito maior do que as nossas juntas, amiguinha! 510 litros = uma bunda imensa.
Sobre o carro nas ruas: uma beleza. Nenhum ruído. Tanto que você não percebe que ele está ligado. E daí sai acelerando mais do que devia, distribuindo atestados de que está com um carro novo (mesmo que ele seja seminovo). E isso é tudo que os motoqueiros de São Paulo precisam. De posse desse atestado, eles te fazem um verdadeiro test drive pela Marginal do Rio Pinheiros. Passam buzinando e ameaçando chutar sua porta. Porque sabem que você ainda não se deu conta que o carro é maior, mas não mais largo. Ou então colam na sua traseira enquanto você se confunde com todos os botões novos que fazem a mesma coisa que seu carro anterior fazia, só que em lugares diferentes. De preferência pro lado oposto, como é o caso do limpador de pára-brisa. Deveria haver regra pra esse tipo de coisa. Pára-brisa liga para cima. Ou para baixo, não importa. Mas fazer um Peugeot de um jeito e um Renault de outro me parece briga de francês querendo ser melhor que o outro.
Mas nada, ainda, superou o desafio megaultrablaster que é estacionar um carro sedan. Primeiro, porque todas as vagas do mundo foram feitas para carros sem bunda. Os hatchs. Segundo, porque eu nunca tive bunda. Nem eu nem o carro. E terceiro, e finalmente, porque não sei fazer baliza desde que tirei carta. Tenho preguiça, não gosto, me cansa e não sou a fim de aprender. Pro lado direito ainda vai. Pro esquerdo nem a pau. É, pensando bem, acho que deveria haver regra também pra esse tipo de coisa. A gente não deveria ser mais lesado de um lado do corpo do que outro.
Bom, mas enfim, minha amiga, todo esse desabafo só teve o propósito de dizer que vou sentir falta daqui, de revisar “o maior porta-malas da categoria”, e de fazer os textos legais pra caramba de Renault. E é no meu Clio que vou matar as saudades de tanta gente legal que ficou.
Mash it up!
No dia 13 de dezembro de 2005 uma dupla de produtores americanos, chamada Dean Gray, fez um protesto contra grandes gravadoras que inibiram o uso criativo de samples para criar mash-ups (a junção de várias músicas com o mesmo campo harmônico em uma só), na chamada Gray Tuesday (terça cinza).
Graças a esse recurso, surgiu o American Edit, um álbum baseado no American Idiot do Green Day, que é um dos meus queridinhos há algum tempo.
Como você poderá conferir aqui, tem de tudo um pouco: de Aerosmith a Bryan Adams, passando por Beatles e, é claro, Green Day. Dizem que até o Billie Joe gostou.
O álbum foi lançado de graça, mas as gravadoras não gostaram nadinha e tiraram os downloads do ar, mesmo que eles ajudassem a promover as bandas mixadas. Uma pena.
A mistureba:
American Jesus = American Idiot e Jesus of Suburbia + discurso de Bush (o verdadeiro american idiot) + Tears of a Clown (Smokey Robinson) – nominho sugestivo, hein? + Summer of ’69 (Bryan Adams) + Ring of Fire (Johnny Cash) + discurso de JFK ("Ask what your country can do for you") + sátiras e críticas a Bush + It’s Like that Y’all (Jermaine Dupri).
Dr. Who on Holiday = Holiday + discursos do Bush e The Daleks + Doctorin’ the Tardis (The Timelords) + Rock and Roll (Part 2), de Gary Glitter.
Boulevard of Broken Songs = Boulevard of Broken Dreams e American Idiot + Dream On (Aerosmith) + Wonderwall (Oasis) + Writing to Reach You (Travis), além de samples adicionais de Missy Elliot em Madonna’s American Life.
The Bad Homecoming = Homecoming e Are We the Waiting + Bad e Sometimes You Can’t Make It on Your Own (U2). Quem diria, hein?
St. Jimmy the Prankster = St. Jimmy + Original Prankter (The Offspring) + Monologue de Bill Hicks + Let’s Stick Together (Bryan Ferry).
Novocaine Rhapsody = Give Me Novacaine + Bohemian Rhapsody (Queen) + Bullet the Blue Sky (U2). Eles insistem!
Impossible Rebel = She’s a Rebel + canção-tema de Missão Impossível + God Save the Queen (Sex Pistols) + discurso de Bush + Money for Nothing (Dire Straits) + Smoke on the Water (Deep Purple).
Ashanti's Letterbomb = Letterbomb + Only You (Ashanti) + For What It’s Worth (Buffalo Springfield) + Who Are You (The Who).
Greenday Massacre = Wake Me Up When September Ends + Lying Eyes (The Eagles) + A Day in the Life (Beatles) + Just Can’t Get Enough (Depeche Mode) + Road to Nowhere (Talking Heads) + Blackbird (Beatles) + extras de Nelly (de Over and Over).
Whatsername (Susanna Hoffs) = Whatesername + Manic Monday (The Bangles).
Boulevard of Broken Songs (Dance Mix '05) = Boulevard of Broken Dreams + Wonderwall (Oasis) + Dream On (Aerosmith).
Graças a esse recurso, surgiu o American Edit, um álbum baseado no American Idiot do Green Day, que é um dos meus queridinhos há algum tempo.
Como você poderá conferir aqui, tem de tudo um pouco: de Aerosmith a Bryan Adams, passando por Beatles e, é claro, Green Day. Dizem que até o Billie Joe gostou.
O álbum foi lançado de graça, mas as gravadoras não gostaram nadinha e tiraram os downloads do ar, mesmo que eles ajudassem a promover as bandas mixadas. Uma pena.
A mistureba:
American Jesus = American Idiot e Jesus of Suburbia + discurso de Bush (o verdadeiro american idiot) + Tears of a Clown (Smokey Robinson) – nominho sugestivo, hein? + Summer of ’69 (Bryan Adams) + Ring of Fire (Johnny Cash) + discurso de JFK ("Ask what your country can do for you") + sátiras e críticas a Bush + It’s Like that Y’all (Jermaine Dupri).
Dr. Who on Holiday = Holiday + discursos do Bush e The Daleks + Doctorin’ the Tardis (The Timelords) + Rock and Roll (Part 2), de Gary Glitter.
Boulevard of Broken Songs = Boulevard of Broken Dreams e American Idiot + Dream On (Aerosmith) + Wonderwall (Oasis) + Writing to Reach You (Travis), além de samples adicionais de Missy Elliot em Madonna’s American Life.
The Bad Homecoming = Homecoming e Are We the Waiting + Bad e Sometimes You Can’t Make It on Your Own (U2). Quem diria, hein?
St. Jimmy the Prankster = St. Jimmy + Original Prankter (The Offspring) + Monologue de Bill Hicks + Let’s Stick Together (Bryan Ferry).
Novocaine Rhapsody = Give Me Novacaine + Bohemian Rhapsody (Queen) + Bullet the Blue Sky (U2). Eles insistem!
Impossible Rebel = She’s a Rebel + canção-tema de Missão Impossível + God Save the Queen (Sex Pistols) + discurso de Bush + Money for Nothing (Dire Straits) + Smoke on the Water (Deep Purple).
Ashanti's Letterbomb = Letterbomb + Only You (Ashanti) + For What It’s Worth (Buffalo Springfield) + Who Are You (The Who).
Greenday Massacre = Wake Me Up When September Ends + Lying Eyes (The Eagles) + A Day in the Life (Beatles) + Just Can’t Get Enough (Depeche Mode) + Road to Nowhere (Talking Heads) + Blackbird (Beatles) + extras de Nelly (de Over and Over).
Whatsername (Susanna Hoffs) = Whatesername + Manic Monday (The Bangles).
Boulevard of Broken Songs (Dance Mix '05) = Boulevard of Broken Dreams + Wonderwall (Oasis) + Dream On (Aerosmith).
iPod para todos
Alguns podcasts brasileiros que você encontra no diretório do iTunes Store:
Filosofia de um Jovem Adventista
Podcast Saravá Umbanda
Rádio Vaticano
The Caipirinha Appreciation Society
Alguns segmentos realmente sabem como se divertir.
Filosofia de um Jovem Adventista
Podcast Saravá Umbanda
Rádio Vaticano
The Caipirinha Appreciation Society
Alguns segmentos realmente sabem como se divertir.
Madame Bovary
Por tudo quanto tinha apego, em outra hora, encontrava estranheza. Temia mais viver a realidade de dias sem emoções do que ser descoberta. Mesmo quando conseguia o que sempre quisera, quando tinha já não queria. Amava a família, até amar mais uma coisa nova, qualquer uma. Queria status, queria amor. Queria uma vida pacata, queria aventuras em série. Era boa, era cruel. Cuidava da casa com zelo, não pregava um botão. Enjoava, enjoava. Fazia planos para deles desistir depois. Passava os dias procurando lugares onde ir no Google Earth – mesmo que não fosse. Não resistia às liquidações da Zara. Tinha TPM e não assumia, pagava a academia e não ia. O mundo é um lugar repleto das mulheres de Balzac.
Questão de tempo
Ainda bem que existem os fins de semana. Só um sábado e um domingo são capazes de trazer as pessoas para a normalidade. Porque o que vivemos de segunda a sexta não é a nossa vida. É o trabalho, são os jobs, são os colegas, alguma paixonite fora de hora, uma briga entre amigos, feridas mal curadas, risadas bobas pelo messenger, tentativas frustradas de chegar mais cedo, é o rodízio, é aula disso e daquilo, é família ligando para saber notícias, o amor da sua vida de meias, cólica, rinite, choro, cafés intermináveis, ásanas impraticáveis, almoço feliz, saudades, planos. Mas no fim de semana não. Nesses dias você é o que sobra de tudo que aconteceu e o do que queria ter feito. É quando consegue dar o tempo devido para que o trabalho não seja mais importante do que rir da pessoa de meias. Quando descobre que brigar com os amigos vai passar tão depressa quanto as horinhas que tem para o almoço. Que a paixonite passa e as borboletas podem ficar em paz. Que a cólica e a rinite vão voltar e que toda semana vai ter coisas muito boas e alguns momentinhos ruins também. E que eles sejam muito menores do que nossa capacidade de olhar para a frente e sentir saudades.
Hamster e cobra fazem amizade em zoológico
“Gohan e Aochan formam um dupla de amigos diferente: um deles é um hamster de 9 centímetros e o outro é uma cobra de 1,2 metros. Os funcionários do zoológico Mutsugoro Okoku em Tóquio ofereceram o hamster como uma apetitosa refeição à cobra, que se recusou a comer ratos congelados. Mas, ao invés de comê-lo, a cobra Aochan decidiu fazer amizade com o ratinho. Desde então, os dois dividem a mesma jaula.
‘Eu nunca vi nada parecido’, disse o funcionário Kazuya Yamamoto. ‘Algumas vezes Gohan até tira um cochilo nas costas da cobra’.
Aochan, uma cobra de dois anos de idade que se alimenta de ratos acabou desenvolvendo apetite para os ratos congelados, mas não dá nenhum sinal de querer alimentar-se com Gohan. ‘Nós nomeamos o hamster Gohan (arroz em japonês) como uma piada. Mas eu acredito que não haja nenhum perigo. Aochan parece gostar muito da companhia de Gohan’, disse Yamamoto.”
Por via das dúvidas, eu dormiria com um olho aberto.
‘Eu nunca vi nada parecido’, disse o funcionário Kazuya Yamamoto. ‘Algumas vezes Gohan até tira um cochilo nas costas da cobra’.
Aochan, uma cobra de dois anos de idade que se alimenta de ratos acabou desenvolvendo apetite para os ratos congelados, mas não dá nenhum sinal de querer alimentar-se com Gohan. ‘Nós nomeamos o hamster Gohan (arroz em japonês) como uma piada. Mas eu acredito que não haja nenhum perigo. Aochan parece gostar muito da companhia de Gohan’, disse Yamamoto.”
Por via das dúvidas, eu dormiria com um olho aberto.
ela voltou!!!
ufa! que alívio! e falo isso como mel nos dois sentidos...tô falando da minha irmã, aquela baixinha atrapalhada que faz até a minha cachorra ficar doente de saudade...meu Deus, como ela faz falta...em breve, quero escrever um post sobre ela, ou melhor, sobre a nova revisão gramatical feita por ela, porque ela tem um vocabulário próprio. quem mais falaria que gosta de saxsanfone, que o reginaldo gianecchini é lindo, que o jô soares é um troglodita (no dicionário dela, significa poliglota) ou que o ator que ela mais gosta é o jack nilson??? "rachel, diversão garantida ou o seu dinheiro de volta"...e não é que daria um bom título pra um livro???
vc é única, menininha...seja bem-vinda!!!!!
vc é única, menininha...seja bem-vinda!!!!!
dias pro cão...ou melhor, pra "cã"
eu bem sei o que esses bichinhos são capazes de fazer com o coração da gente...o meu tá praticamente em pedaços...desde sexta-feira, meus pensamentos, meus sonhos, minhas orações são todos pra minha minúscula inspiração pra este blog.
Um dia de cão
Essa noite sonhei que haviam abandonado uma cesta cheia de cãezinhos na estrada da minha chácara em Assis. Havia bichinhos de todas as raças e eu não tinha como acolhê-los pois os três boxers com nome de bebida a quem damos morada não são lá muito amigos de estranhos. Havia duas cadelinhas que amamentavam os pequenos, uma vira-latas e uma maltês, e todos os bebês eram lindos, mas ninguém os queria. Foi um dos sonhos mais tristes que já tive e acordei em prantos, com uma baita insônia, e agora tô babando mais que o Al Pacino investigando um assassinato no Sol da Meia-Noite, naquele filme que me dá arrepios. É por isso que a expressão que dá título a este post, hoje, me cai tão bem.
Ela de novo
Eu simplesmete adoro coincidências ou, como diz minha amiga que mora nos pampas, convergências. A de hoje foi inspiradora. Meu instrutor de Yôga mandou este texto. Há tempos eu andava encantada com a autora dele, Martha Medeiros, que como a gente trabalhou com Propaganda. Foi uma poesia dela que inspirou meu convite de casamento. E com isso descobri que ela também é de Porto Alegre.
O mundo pode ser bem pequeno, se você desejar.
Desejo que desejes
Eu desejo que desejes
ser feliz de um modo possível e rápido,
desejo que desejes
uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis,
que desejes
coisas simples como um suco gelado depois de correr
ou um abraço ao chegar em casa,
desejo que desejes
com discernimento e com alvos bem mirados.
Mas desejo também
que desejes com audácia,
que desejes
uns sonhos descabidos e que,
ao sabê-los impossíveis, não os leve em grande consideração,
mas os mantenha acesos, livres de frustração,
desejes
com fantasia e atrevimento,
estando alerta para as casualidades e os milagres,
para o imponderável da vida,
onde os desejos secretos são atendidos.
Desejo que desejes
trabalhar melhor,
que desejes amar com menos amarras,
que desejes parar de fumar,
que desejes viajar para bem longe
e desejes voltar para teu canto,
desejo que desejes crescer
e que desejes o choro e o silêncio,
através deles somos puxados pra dentro,
eu desejo que desejes
ter a coragem de se enxergar mais nitidamente.
Mas desejo também que desejes
uma alegria incontida,
que desejes mais amigos,
e nem precisam ser melhores amigos,
basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar,
que desejes
o bar tanto quanto a igreja,
mas que o desejo pelo encontro seja sincero,
que desejes escutar as histórias dos outros,
que desejes acreditar nelas
e desacreditar também,
faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas,
que desejes não ter tantos desejos concretos,
que o desejo maior seja a convivência pacífica
com outros que desejam outras coisas.
Desejo que desejes
alguma mudança,
uma mudança que seja necessária
e que ela não te pese na alma,
mudanças são temidas,
mas não há outro combustível para essa travessia.
Desejo que desejes
um ano inteiro de muitos meses bem fechados,
que nada fique por fazer,
e desejo, principalmente,
que desejes desejar,
que te permitas desejar,
pois o desejo é vigoroso e gratuito,
o desejo é inocente,
não reprima teus pedidos ocultos.
Desejo que desejes
vitórias, romances, diagnósticos favoráveis,
mais dinheiro e sentimentos vários,
mas desejo, antes de tudo,
que desejes,
simplesmente.
Se quiser ver mais, clique aqui.
O mundo pode ser bem pequeno, se você desejar.
Desejo que desejes
Eu desejo que desejes
ser feliz de um modo possível e rápido,
desejo que desejes
uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis,
que desejes
coisas simples como um suco gelado depois de correr
ou um abraço ao chegar em casa,
desejo que desejes
com discernimento e com alvos bem mirados.
Mas desejo também
que desejes com audácia,
que desejes
uns sonhos descabidos e que,
ao sabê-los impossíveis, não os leve em grande consideração,
mas os mantenha acesos, livres de frustração,
desejes
com fantasia e atrevimento,
estando alerta para as casualidades e os milagres,
para o imponderável da vida,
onde os desejos secretos são atendidos.
Desejo que desejes
trabalhar melhor,
que desejes amar com menos amarras,
que desejes parar de fumar,
que desejes viajar para bem longe
e desejes voltar para teu canto,
desejo que desejes crescer
e que desejes o choro e o silêncio,
através deles somos puxados pra dentro,
eu desejo que desejes
ter a coragem de se enxergar mais nitidamente.
Mas desejo também que desejes
uma alegria incontida,
que desejes mais amigos,
e nem precisam ser melhores amigos,
basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar,
que desejes
o bar tanto quanto a igreja,
mas que o desejo pelo encontro seja sincero,
que desejes escutar as histórias dos outros,
que desejes acreditar nelas
e desacreditar também,
faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas,
que desejes não ter tantos desejos concretos,
que o desejo maior seja a convivência pacífica
com outros que desejam outras coisas.
Desejo que desejes
alguma mudança,
uma mudança que seja necessária
e que ela não te pese na alma,
mudanças são temidas,
mas não há outro combustível para essa travessia.
Desejo que desejes
um ano inteiro de muitos meses bem fechados,
que nada fique por fazer,
e desejo, principalmente,
que desejes desejar,
que te permitas desejar,
pois o desejo é vigoroso e gratuito,
o desejo é inocente,
não reprima teus pedidos ocultos.
Desejo que desejes
vitórias, romances, diagnósticos favoráveis,
mais dinheiro e sentimentos vários,
mas desejo, antes de tudo,
que desejes,
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E 2006 dá suas caras
Sempre que janeiro chega, com seus dias ensolarados em Paúba, percebo que agora é de verdade. Tá certo que o Natal e o Réveillon foram muito bem aproveitados, mas nada como botar o pé nas águas do mar para sentir que o ciclo voltou ao seu início. É bom estar em casa também. Bom acordar cedo, sentir o ar leve da manhã e fazer as coisas que gosto enquanto a cidade desperta, lenta, em mais um dia que não vai acabar cedo. E que bom que seja assim. Porque começar de novo implica em um olhar novo sobre as coisas velhas. E saborear cada minutinho da vida é um aprendizado que não acaba nunca. Swásthya!
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