Duas cenas nesse filme me fazem querer que ele entre para o time dos colecionáveis. A primeira deve estar na lembrança de todo mundo que o tenha visto alguma vez na vida. É sobre o funeral a que o título se refere, em que é lido um poema de W. H. Auden, um poeta inglês, naturalizado americano, e gay.
A segunda cena é no último casamento, quando a personagem Fiona, declaradamente apaixonada por seu melhor amigo, Charles, tendo de enfrentar o casamento dele com uma outra mulher, desiste de usar o habitual pretinho básico: “A partir de hoje vou usar todas as cores do arco-íris e só me apaixonar por quem realmente goste de mim.”
Funeral Blues
Parem os relógios, calem o telefone,
jogue-se ao cão um osso e que não ladre mais,
que emudeça o piano e que o tambor sancione
a vinda do caixão com seu cortejo atrás
Que os aviões, gemendo acima em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ele morreu
Que as pombas guardem luto - um laço no pescoço -
e os guardas usem finas luvas cor-de-breu
Ele era meu norte, meu sul, meu leste, meu oeste,
minha semana de trabalho, meu domingo agreste
meu meio-dia, minha meia-noite, fala e canto;
quem julgue o amor eterno, como eu fiz, se engana
É hora de apagar estrelas – elas já não são mais queridas,
guardar a lua, desmontar o sol brilhante,
de despejar o mar, jogar fora as florestas,
pois nada mais há de dar certo daqui para a frente
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