Eu tenho preguiça da língua portuguesa calcada em regras mais velhas que a minha avó. E tenho mais preguiça ainda de justificar as escolhas das palavras na minha profissão. Resumindo, publicidade é linguagem coloquial sem chutar o balde. Na maioria das vezes a gente tenta colocar a regra clássica, mas tem que ver se ela dialoga com o público. Como o professor Pasquale me disse uma vez: você pode transgredir a norma, desde que seja com propósito.
Não foi o caso de uma peça que liberamos aqui que tinha a palavra melhor antes de um particípio.
Lembrando: melhor pode ser adjetivo ou advérbio:
Adjetivo
1) que, por sua qualidade, caráter, valor, importância, é superior ao que lhe é comparado.
2) que possui o máximo de qualidades necessárias para satisfazer certos critérios de apreciação.
Advérbio
3) mais bem
4) de maneira mais perfeita
5) mais acertadamente
6) com mais exatidão
7) com mais consideração
8) fazendo com mais vista
9) aquilo que é superior
10) aquilo que é adequado
Aí, uma pessoa no Twitter vem falar que não existe empresa "melhor administrada". Pior, a pessoa pede pro dono da agência contratar um revisor.
oO
Segundo o Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa, do professor Domingos Paschoal Cegalla, à página 256, “antes de particípio, pode se empregar mais bem ou melhor, indiferentemente”:
Ele está mais bem informado / Ele está melhor informado
Eram casas mais bem construídas / Eram casas melhor construídas
A forma clássica, original, é a não contraída: o time mais bem colocado, as questões mais bem aceitas, a frase mais bem elaborada, os políticos mais bem instruídos. No entanto, pelo fato de mais bem ser sintetizado para melhor, a expressão se transformou com o tempo, e hoje se admite o uso de "melhor" em construções como estas:
O time que for melhor colocado terá privilégios.
Parece que agora os papéis estão melhor distribuídos em termos sociais.
Quando a pessoa tuitou sua mensagem, poderia estar com a melhor das intenções. Ou mais bem intencionada. Ou melhor intencionada, que o texto é meu e eu coloco como quiser. O fato é que não se chama de erro de português algo que gramáticos de peso já aceitam. A reforma ortográfica está aí para provar que os tempos são outros, minha gente!
Sobre o tempo
O terremoto do Chile pode ter encurtado o dia em cerca de 1,26 microssegundos (um microssegundo equivale a um milionésimo de segundo). Prefiro não entender a fórmula que os cientistas usaram para fazer esse cálculo, porque, sendo bem sincera, eu desistiria da explicação num tempo aproximado a esse.
Na verdade um outro terremoto, o da Indonésia, teria encurtado o período de cada dia em 6,8 microssegundos e alterado o eixo da Terra em 2,32 miliarcsegundos (cerca de 7 centímetros, ou 2,76 polegadas).
Coisa pouca, mas que daqui a alguns anos pode fazer diferença. Pra ser bem sincera, já tô sentindo falta de qualquer coisa que seja relativa ao tempo. Foda-se o nome ou os números disso, mas a correria que anda minha vida tá digna de simplesmente não conseguir mais falar ao telefone, que era uma coisa que eu adorava. Sim, porque ou atendo o telefone ou almoço. Como dieta está fora de cogitação no momento (sim, tô proibida disso), tenho desenvolvido a estranha capacidade de mastigar enquanto leio e-mails, mando um texto que estava atrasado e fico sabendo como andam as coisas na família.
Também virei ninja na arte de conversar por chat. Juro, tem dia que são tantas janelinhas e abas piscando pra mim que fico imaginando como deve ser a vida de alguém mais interessante.
Mas não reclamo, não. Eu adoro conversar. Gosto de colocar no papel, no computador ou mesmo de jogar ao vento as coisas que penso e despenso a todo momento.
E é por isso que estou simplesmente envolvida em pelo menos cinco novos projetos (sempre quis falar isso, acho 'lusho'). É que é muito cedo para aprender a dizer não.
Na verdade um outro terremoto, o da Indonésia, teria encurtado o período de cada dia em 6,8 microssegundos e alterado o eixo da Terra em 2,32 miliarcsegundos (cerca de 7 centímetros, ou 2,76 polegadas).
Coisa pouca, mas que daqui a alguns anos pode fazer diferença. Pra ser bem sincera, já tô sentindo falta de qualquer coisa que seja relativa ao tempo. Foda-se o nome ou os números disso, mas a correria que anda minha vida tá digna de simplesmente não conseguir mais falar ao telefone, que era uma coisa que eu adorava. Sim, porque ou atendo o telefone ou almoço. Como dieta está fora de cogitação no momento (sim, tô proibida disso), tenho desenvolvido a estranha capacidade de mastigar enquanto leio e-mails, mando um texto que estava atrasado e fico sabendo como andam as coisas na família.
Também virei ninja na arte de conversar por chat. Juro, tem dia que são tantas janelinhas e abas piscando pra mim que fico imaginando como deve ser a vida de alguém mais interessante.
Mas não reclamo, não. Eu adoro conversar. Gosto de colocar no papel, no computador ou mesmo de jogar ao vento as coisas que penso e despenso a todo momento.
E é por isso que estou simplesmente envolvida em pelo menos cinco novos projetos (sempre quis falar isso, acho 'lusho'). É que é muito cedo para aprender a dizer não.
Assinar:
Postagens (Atom)