Cansei dos verbos imperativos. É sério.
O modo imperativo dos verbos é aquele que exprime ideias de ordem: Faça, seja, não faça, não seja. Imperar, mandar, ordenar. Que coisa mais ditadora com a vida da gente!
Acredito que todo mundo escute ao menos uma dezena de verbos imperativos todos os dias. E desde sempre.
Quando a gente ainda nem entende a força da palavra, por exemplo. A mãe bota o bebê no colo e já lasca um "nana, nenê". Assim, mandando mesmo. Caracoles, e se o cara não tá a fim de fazer naninha? Sabe? Pode estar a fim de ver um desenho na TV, ou de ficar viajando no móbile que fica acima berço.
Mas ok, alguém disse que temos que ter limites, horários, regras.
Daí vamos crescendo e os imperativos imperam de vez: "leve o casaco", "faça a lição", "chegue no horário", "não beba"!
Não sou uma pessoa que sempre fez tudo o que deu na telha, e acredito que um pouco de ordem é fundamental para não despirocar de vez. Mas a gente passa a vida inteira sendo mandado para chegar um dia e ter a liberdade de não fazer o que sempre quisemos! Porque os imperativos não deixam. Ecoam fundo em nossas almas, acorrentadas para sempre às terminações implacáveis desses verbos.
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em português, existem três: indicativo (certeza, realidade), subjuntivo (possibilidade) e o imperativo.
Preciso confessar que, hoje, o que me comanda e o que me dá certezas é saber que a vida é feita de dúvidas mil e possibilidades infinitas.
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2 comentários:
Tô me sentindo uma Maria Antonieta correndo da guilhotina....
Adorei o post ANa! Muito bem escrito.
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