Um verdadeiro tsunami assola o mercado publicitário por causa de uma campanha assinada (ou não) pela DM9 para o cliente (ou não) WWF.
As peças, filme e mídia impressa, trazem imagens das Torres Gêmeas do WTC sendo atacadas por muitos aviões e o texto "O tsunami matou 100 vezes mais pessoas do que o ataque do dia 11 de setembro".
A propaganda, como muitos sabem, vive da comparação e do exagero. Não é nada raro ver situações esdrúxulas servindo de referência para a vida real. É por meio do exagero mesmo que a gente consegue chamar a atenção e fazer parar para pensar.
Vendo os números, é claro que a gente é obrigada a concordar que uma coisa pode ter sido maior que a outra. O que não justifica, a meu ver, é reduzir as tragédias e as pessoas a números.
Não vou nem entrar no mérito da questão de dizer que se formos pensar racionalmente, temos que levar em conta que os Estados Unidos da era Bush não assinaram o protocolo de Kyoto, que os americanos só olham para o próprio umbigo e que estão matando muito mais gente ainda no Oriente Médio. Isso é discussão para mais de um blog. Mas também não vou entrar no mérito da atual modinha se ser antiamericano que o digníssimo ex-presidente lá de cima conseguiu para seu país.
O problema é que não se pode pensar tão racionalmente assim quando tanta gente morreu e o mundo ainda tenta esquecer os horrores criados pelo homem - e aqui não estou nem citando a nacionalidade. Ou vai dizer que não existe americano que separa seu lixo e faz campanha pela paz mundial? Ou que o cara lá do outro lado do mundo não joga papel na rua?
Sinceramente, não tenho a menor ideia se todas essas questões foram levantadas pelo pessoal que criou a campanha. É bem provável que sim. Pior ainda, é provável que a visão dos envolvidos tenha sido chamar ainda mais a atenção para a desgraça que se abateu sobre a cidade de Nova York naquele 11 de setembro. Tipo "foi horrível, mas podia ser pior, veja o que aconteceu na Ásia". Se pensarmos por esse lado, não é tão ofensivo assim, vá. Mas, desculpe, não acho criativo também. É apelação. E apoiada em pilares que ruiram junto com as Torres Gêmeas.
Mas o pior ainda está acontecendo. O mercado quer responsabilizar alguém pela grosseria. E ninguém quer ser o pai da criança que faz piada com o filho do vizinho doente.
3 comentários:
Mau gosto não é só na 25 de março...
Por essas e outras que eu acho a publicidade cruel, às vezes. Desculpe amiga, é seu ganha pão e tal, mas eu não consigo encarar como campanha/propaganda/seja lá o que for, uma coisa assim.
Como a outra pessoa já disse, é puro mau gosto.
Eu concordo em gênero, número e grau, mas em todo caso...
Ana, me mande seu email, pq acho que mudou, né?
bjs
Carol
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