Minha avó já foi embora há alguns anos. Mas eu tenho certeza que ela aprovaria muita coisa no mundo de hoje. Ela era moderninha e todos os dias agradeço ter nascido em uma família que nunca tentou me colocar numa gaiola e que sempre me fez ver o mundo do tamanho que ele é e com todas as coisas que a ele pertencem.
Bom, estou falando tudo isso porque um dos filmes mais legais a que já assisti, esse do comercial de Havaianas, foi tirado do ar. Olha, acho que foi Deus que inventou a internet, para a gente poder ter acesso a tudo que o homem censura em Seu santo nome.
Rock'n'Blue
Fui ontem ao Credicard Hall assistir à última apresentação da turnê do Blue Man Group em São Paulo. Acho que muita gente não sabe o quanto o show é rock'n'roll e tem gente até associando os caras à Tim (que grande sacada da marca, hein?), mas fiquei ainda mais curiosa para saber um pouco mais dos enigmáticos caras azuis que fazem um som muito bacana numa apresentação cheia de interatividade.
Começa antes de começar. Antes mesmo de os caras entrarem no palco, telões conversam com a plateia em busca de um megastar. O show tem esse nome, "How to be a megastar", e a partir daí o que se segue é uma aula de como deixar o povo de boca aberta com os efeitos, com a tecnologia, com o talento da banda inteira (o baterista é incrível) e afins. A premissa do espetáculo é despretensiosa: ensinar a fórmula perfeita para criar um verdadeiro show de rock, através de uma espécie de workshop, onde todos os clichês do gênero são desconstruídos de forma bem-humorada.
Para o Brasil os textos do telão foram adaptados para o português e não perdem em nada na tradução. Tem humor, tem bossa. Tem até os caras azuis tentando bater uma bola e tocando Roberto Carlos nos tubos de PVC. Uma prova do quanto estão antenados com o público e com o que acontece no mundo. Há referências do mundo do rock o tempo todo e sons da própria banda. Muita guitarra para quem gosta. Sons alternativos na medida. Enfim, um dos melhores shows que já assisti.
Ah, e como o intuito era saber um pouco mais do Blue Man Group, aí vai o resultado da minha pesquisa: o grupo começou nas ruas de Nova York, na década de 80, quando os três amigos Matt Goldman, Chris Wink e Phil Stanton chamavam a atenção do público e da crítica com seu humor cínico em cenas “visualmente desconcertantes e musicalmente poderosas”.
As performances do trio chamaram tanto a atenção, que a coisa toda virou franquia. O trio de homens azuis tem formação musical e de ator. “Temos aulas de bateria e também de atuação. Então, podemos selecionar um músico que não seja tão bom ator ou vice-versa”, explica Quin, a respeito da “equipe de Blue Man”, que já soma 60 homens azuis espalhados em apresentações mundo afora.
De artistas de rua a megastars do rock foram muitos anos e muito tubo de PVC surrado. Mas esse é o tipo da coisa que ninguém questiona se valeu a pena, porque simplesmente está na cara.
Clique aqui para assistir a mais um vídeo com trechos do show do Brasil.
Começa antes de começar. Antes mesmo de os caras entrarem no palco, telões conversam com a plateia em busca de um megastar. O show tem esse nome, "How to be a megastar", e a partir daí o que se segue é uma aula de como deixar o povo de boca aberta com os efeitos, com a tecnologia, com o talento da banda inteira (o baterista é incrível) e afins. A premissa do espetáculo é despretensiosa: ensinar a fórmula perfeita para criar um verdadeiro show de rock, através de uma espécie de workshop, onde todos os clichês do gênero são desconstruídos de forma bem-humorada.
Para o Brasil os textos do telão foram adaptados para o português e não perdem em nada na tradução. Tem humor, tem bossa. Tem até os caras azuis tentando bater uma bola e tocando Roberto Carlos nos tubos de PVC. Uma prova do quanto estão antenados com o público e com o que acontece no mundo. Há referências do mundo do rock o tempo todo e sons da própria banda. Muita guitarra para quem gosta. Sons alternativos na medida. Enfim, um dos melhores shows que já assisti.
Ah, e como o intuito era saber um pouco mais do Blue Man Group, aí vai o resultado da minha pesquisa: o grupo começou nas ruas de Nova York, na década de 80, quando os três amigos Matt Goldman, Chris Wink e Phil Stanton chamavam a atenção do público e da crítica com seu humor cínico em cenas “visualmente desconcertantes e musicalmente poderosas”.
As performances do trio chamaram tanto a atenção, que a coisa toda virou franquia. O trio de homens azuis tem formação musical e de ator. “Temos aulas de bateria e também de atuação. Então, podemos selecionar um músico que não seja tão bom ator ou vice-versa”, explica Quin, a respeito da “equipe de Blue Man”, que já soma 60 homens azuis espalhados em apresentações mundo afora.
De artistas de rua a megastars do rock foram muitos anos e muito tubo de PVC surrado. Mas esse é o tipo da coisa que ninguém questiona se valeu a pena, porque simplesmente está na cara.
Clique aqui para assistir a mais um vídeo com trechos do show do Brasil.
Uma tragédia ainda maior
Um verdadeiro tsunami assola o mercado publicitário por causa de uma campanha assinada (ou não) pela DM9 para o cliente (ou não) WWF.
As peças, filme e mídia impressa, trazem imagens das Torres Gêmeas do WTC sendo atacadas por muitos aviões e o texto "O tsunami matou 100 vezes mais pessoas do que o ataque do dia 11 de setembro".
A propaganda, como muitos sabem, vive da comparação e do exagero. Não é nada raro ver situações esdrúxulas servindo de referência para a vida real. É por meio do exagero mesmo que a gente consegue chamar a atenção e fazer parar para pensar.
Vendo os números, é claro que a gente é obrigada a concordar que uma coisa pode ter sido maior que a outra. O que não justifica, a meu ver, é reduzir as tragédias e as pessoas a números.
Não vou nem entrar no mérito da questão de dizer que se formos pensar racionalmente, temos que levar em conta que os Estados Unidos da era Bush não assinaram o protocolo de Kyoto, que os americanos só olham para o próprio umbigo e que estão matando muito mais gente ainda no Oriente Médio. Isso é discussão para mais de um blog. Mas também não vou entrar no mérito da atual modinha se ser antiamericano que o digníssimo ex-presidente lá de cima conseguiu para seu país.
O problema é que não se pode pensar tão racionalmente assim quando tanta gente morreu e o mundo ainda tenta esquecer os horrores criados pelo homem - e aqui não estou nem citando a nacionalidade. Ou vai dizer que não existe americano que separa seu lixo e faz campanha pela paz mundial? Ou que o cara lá do outro lado do mundo não joga papel na rua?
Sinceramente, não tenho a menor ideia se todas essas questões foram levantadas pelo pessoal que criou a campanha. É bem provável que sim. Pior ainda, é provável que a visão dos envolvidos tenha sido chamar ainda mais a atenção para a desgraça que se abateu sobre a cidade de Nova York naquele 11 de setembro. Tipo "foi horrível, mas podia ser pior, veja o que aconteceu na Ásia". Se pensarmos por esse lado, não é tão ofensivo assim, vá. Mas, desculpe, não acho criativo também. É apelação. E apoiada em pilares que ruiram junto com as Torres Gêmeas.
Mas o pior ainda está acontecendo. O mercado quer responsabilizar alguém pela grosseria. E ninguém quer ser o pai da criança que faz piada com o filho do vizinho doente.
As peças, filme e mídia impressa, trazem imagens das Torres Gêmeas do WTC sendo atacadas por muitos aviões e o texto "O tsunami matou 100 vezes mais pessoas do que o ataque do dia 11 de setembro".
A propaganda, como muitos sabem, vive da comparação e do exagero. Não é nada raro ver situações esdrúxulas servindo de referência para a vida real. É por meio do exagero mesmo que a gente consegue chamar a atenção e fazer parar para pensar.
Vendo os números, é claro que a gente é obrigada a concordar que uma coisa pode ter sido maior que a outra. O que não justifica, a meu ver, é reduzir as tragédias e as pessoas a números.
Não vou nem entrar no mérito da questão de dizer que se formos pensar racionalmente, temos que levar em conta que os Estados Unidos da era Bush não assinaram o protocolo de Kyoto, que os americanos só olham para o próprio umbigo e que estão matando muito mais gente ainda no Oriente Médio. Isso é discussão para mais de um blog. Mas também não vou entrar no mérito da atual modinha se ser antiamericano que o digníssimo ex-presidente lá de cima conseguiu para seu país.
O problema é que não se pode pensar tão racionalmente assim quando tanta gente morreu e o mundo ainda tenta esquecer os horrores criados pelo homem - e aqui não estou nem citando a nacionalidade. Ou vai dizer que não existe americano que separa seu lixo e faz campanha pela paz mundial? Ou que o cara lá do outro lado do mundo não joga papel na rua?
Sinceramente, não tenho a menor ideia se todas essas questões foram levantadas pelo pessoal que criou a campanha. É bem provável que sim. Pior ainda, é provável que a visão dos envolvidos tenha sido chamar ainda mais a atenção para a desgraça que se abateu sobre a cidade de Nova York naquele 11 de setembro. Tipo "foi horrível, mas podia ser pior, veja o que aconteceu na Ásia". Se pensarmos por esse lado, não é tão ofensivo assim, vá. Mas, desculpe, não acho criativo também. É apelação. E apoiada em pilares que ruiram junto com as Torres Gêmeas.
Mas o pior ainda está acontecendo. O mercado quer responsabilizar alguém pela grosseria. E ninguém quer ser o pai da criança que faz piada com o filho do vizinho doente.
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