Morreu ontem, aos 81 anos, o primeiro professor de ballet que tive quando me mudei para São Paulo. Ismael Guiser foi professor da minha mãe também, na época do Ballet do Quarto Centenário, que trouxe esse argentino como solista para São Paulo que aqui fundaria sua escola, tendo sido uma das figuras mais atuantes no mundo da dança dos últimos tempos.
Em qualquer festival, em qualquer audição, lá estava ele, olhinhos atentos, cara fechada. Mas só nesses momentos. Nas suas aulas eu gostava de rir por dentro das brincadeiras feitas com qualquer um, dos primeiros-bailarinos, às novatas que entravam com medo em sua sala espaçosa, pianista sempre a postos, o professor não deixando passar uma piscadela fora do lugar.
Quando eu soube da notícia, ontem à noite, tinha acabado de dançar e ganhar o primeiro lugar em um concurso de ballet. Mas no lugar de tanta alegria ficou um suspiro profundo, certamente compartilhado por gerações e gerações de bailarinos que aprenderam muito com o mestre Ismael.
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