Vinha andando pela estrada, a menina. Brincava com o vento e via cachorros deitados sob o sol quente do meio-dia. Gostava dos cachorros de rua.
Usava o vestido xadrez. De branco e azul. E sabia que nele ainda era menina, agora encarapitada na mureta da escola onde sempre estudou.
E então parou o olhar, diminuiu os passos, sentindo o coração bater cada vez mais forte, a respiração ofegante. E soube que ali tudo mudava.
Desceu da mureta, ajeitou os cabelos que o vento teimava em bagunçar, sentindo que não cabia mais no vestido. Crescia tendo a certeza que o amor chegaria logo, com seus sentimentos confusos como o vento de outono. Que o amor era xadrez também.
E foi embora de uma vez, a menina que tinha o tempo contado antes de se tornar mulher.
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