Mamãe e o couro branco

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Mel, eu sou mais uma filha-que-morre-de-saudade-da-mãe-que-está-longe.
Apesar de não se enquadrar nos padrões, a D. Beth é aquela mãe supercompanheira. Desde que ela consiga tempo para as milhares de outras coisas que arruma para fazer (como, por exemplo, a arrumação do escritório, que já dura 9 anos).
Nossa última discussão está me dando saudade. Ela reformou meu quarto em Assis e escolhemos pintá-lo de verde. Na hora de trocar o tecido do sofá-cama, achei que, para não me sentir em uma horta, devíamos optar pelo branco. Gente, a mulher surtou. Disse que ia me mandar a conta de todos os produtos de limpeza que ia gastar para limpar o bendito. E como ela já foi bailarina, e adora um showzinho, falava isso em alto e bom som para a loja inteira ouvir.
Mas eu aprendi com ela a lutar pelo que quero. E compramos o couro branco. Na hora de entregar para o senhor que ia fazer o serviço, ela saiu pisando duro, com o rolo de tecido nas mãos e falou, bem vingativa, algumas palavras que não posso publicar aqui. Algo como: “as partes íntimas do seu namorido vão me dar razão. Couro esquenta que é o diabo”. Dei risada o dia inteiro e acho que vou precisar de um ventilador na próxima vez que for para a cidade dos três esses.

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