Usem filtro solar (mais uma versão)

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Brothers and sisters,

Como com o uso do filtro solar, foram cientificamente comprovados os benefícios de conhecer bem seu próprio idioma. Porém, hoje, deixo conselhos que baseiam-se unicamente na minha experiência: não escreva como se sempre fosse haver um revisor para corrigir seus textos. Assim, daqui a vinte anos você vai olhar para eles e ver quantas possibilidades se abriram para você e como poderia ter sido o melhor redator da agência. Quiçá um Grand Prix em Cannes.

Escreva com o cuidado que a paixão incita, releia e pense nos seus destinatários. Ou: em certos momentos, faça-se seu próprio revisor. Isso vale para os jobs das 4 horas da tarde de uma terça-feira ociosa.

Todos os dias, faça uma coisa que parece assustadora: consulte o dicionário e aprenda o sentido de uma nova palavra. Ou cante, relaxe e esqueça que tem anúncio de Renault na hora do almoço.

Talvez você goste, talvez não. Talvez seja útil, talvez não. Mas, na dúvida, não hesite, tenha o Houaiss à mão. Ele é bom e barato.

Talvez você se dê muito bem, é provável. Mas dance e lembre-se que erro de ortografia é como pisar no pé do seu parceiro. Esforce-se para acertar o passo.

Não tenha vergonha de falar bem. Aliás, falar bem é também falar de vários modos dentro do próprio idioma. A juventude também pode ser um momento para aprender a cuidar bem da linguagem. Não é jovem só aquele que usa gírias. Pode ser jovem, elegante e inteligente aquele que se comunica bem.

Abandone os preconceitos que o impedem de se aperfeiçoar. Em parte é verdade que os pais dos nossos pais falavam melhor, mas é mentira que você nunca os alcançará. A gramática da língua bem escrita é sempre mais agradável quando compreendida pelas palavras de um clássico, por isso ler bons autores é fonte rica, inesgotável e eficaz.

Aceite algumas verdades: ninguém é "de menor", mas "menor de idade". Preferimos uma coisa a outra. Meio-dia e meia (porque meia hora). Assistimos ao filme, à TV. “Asterístico” não existe e “a nível de” não significa coisa alguma. Tbém naum é bonitu iskrever assim no msn. Ou em qualquer lugar. E nem é legal ficar falando de um jeito que todos possam estar achando que você vai estar trabalhando no telemarketing.

Não confunda advérbio e adjetivo; o primeiro muda verbos, o segundo, substantivos. Considere a crase o resultado da fusão do artigo "a" com a preposição "a". Fora disso, não há crase. Evite construções redundantes ou mal formadas: encarar de frente, correr atrás do prejuízo etc. Preocupe-se com a concordância verbal, o sujeito da frase deve ser sua estrela-guia.

Tenha certeza de que dominar o próprio idioma é controlar uma parte importante do mundo que o cerca. Está diretamente ligado a se relacionar melhor com as outras pessoas.

Adote muitos idiomas, mas não permita que nenhum desvirtue suas origens.

Não tenha medo de errar e tirar dúvidas com a revisão.

Por outro lado, tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos. Mas seja paciente com elas. Conselhos, mesmo os do revisor, são uma forma de resgatar o passado ou a gramática do lixo e chamar a atenção dos mais novos para problemas fáceis de evitar. Creia ou não. Quem revisa amigo é.

Os mais felizes proprietários

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Já fazia um tempo que eu e o namorido (sim, eu casei, mas continuo namorando meu marido) pretendíamos comprar dois carros. Era isso ou fazer o pobre se levantar da cama muito mais cedo que o habitual só porque a madame aqui resolveu fazer um curso para ser instrutora de Yôga e, num futuro não muito distante, largar dessa vida besta de revisora de textos para entoar mantras num mosteiro qualquer. Bem, também não é assim, mas o fato é que encheu o saco ter um carro só e trabalhar longe de casa. Bom, na hora de decidir que carro eu iria ter… surpresa! Sagitariana que sou, não tinha nenhuma idéia que fosse viável. Eu precisava de um carro um pouquinho maior que meu 206, se não quisesse ouvir toda sorte de desaforos do demais passageiros toda vez que levasse o carregamento de tule para o ballet de Assis, atividade essa que estou exercendo com alguma freqüência a troco de uns trocados. Fora isso eu precisava de um carro bom, bonito e barato. E completo. Só, mais nada.
E daí foi um pega pra capar, querida Mel. Procura daqui, procura dali e nada. Não encontrava o meu carro ideal. Aliás, não encontrava carro algum, já que o do namorido tinha o mesmo perfil e a mesma dificuldade. Mas eis que em mais um dia de trabalho, me deparo com a seguinte frase: “O maior porta-malas da categoria: 510 litros.” Sabe quando você olha para uma coisa todos os dias e não percebe que ela existe? Tipo aqueles maridos que não sabem mais que cor é o cabelo da mulher… Então, isso estava acontecendo comigo. Não! Não com meu marido, que sabe até qual é a posição geográfica das minhas pintinhas. Isso estava acontecendo no meu trabalho. O carro perfeito estava bem na minha frente e eu não conseguia enxergar!
Tá, é difícil aceitar que seu carro será aquele que você xinga todo santo dia nos anúncios da agência onde trabalha. Isso é cuspir pra cima, cair na testa e ainda ter que usar como hidratante. Mas como um passe de mágica, e com o homem da sua vida falando que esse é um carrão, de repente, me vi dentro de um Clio Sedan. Preste muita atenção neste nome, Mel. Clio Sedan. Tá é um Clio… mas ele é sedan!!! Um carro com bunda. E, guardando as devidas proporções, com uma bunda muito maior do que as nossas juntas, amiguinha! 510 litros = uma bunda imensa.
Sobre o carro nas ruas: uma beleza. Nenhum ruído. Tanto que você não percebe que ele está ligado. E daí sai acelerando mais do que devia, distribuindo atestados de que está com um carro novo (mesmo que ele seja seminovo). E isso é tudo que os motoqueiros de São Paulo precisam. De posse desse atestado, eles te fazem um verdadeiro test drive pela Marginal do Rio Pinheiros. Passam buzinando e ameaçando chutar sua porta. Porque sabem que você ainda não se deu conta que o carro é maior, mas não mais largo. Ou então colam na sua traseira enquanto você se confunde com todos os botões novos que fazem a mesma coisa que seu carro anterior fazia, só que em lugares diferentes. De preferência pro lado oposto, como é o caso do limpador de pára-brisa. Deveria haver regra pra esse tipo de coisa. Pára-brisa liga para cima. Ou para baixo, não importa. Mas fazer um Peugeot de um jeito e um Renault de outro me parece briga de francês querendo ser melhor que o outro.
Mas nada, ainda, superou o desafio megaultrablaster que é estacionar um carro sedan. Primeiro, porque todas as vagas do mundo foram feitas para carros sem bunda. Os hatchs. Segundo, porque eu nunca tive bunda. Nem eu nem o carro. E terceiro, e finalmente, porque não sei fazer baliza desde que tirei carta. Tenho preguiça, não gosto, me cansa e não sou a fim de aprender. Pro lado direito ainda vai. Pro esquerdo nem a pau. É, pensando bem, acho que deveria haver regra também pra esse tipo de coisa. A gente não deveria ser mais lesado de um lado do corpo do que outro.
Bom, mas enfim, minha amiga, todo esse desabafo só teve o propósito de dizer que vou sentir falta daqui, de revisar “o maior porta-malas da categoria”, e de fazer os textos legais pra caramba de Renault. E é no meu Clio que vou matar as saudades de tanta gente legal que ficou.

Mash it up!

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No dia 13 de dezembro de 2005 uma dupla de produtores americanos, chamada Dean Gray, fez um protesto contra grandes gravadoras que inibiram o uso criativo de samples para criar mash-ups (a junção de várias músicas com o mesmo campo harmônico em uma só), na chamada Gray Tuesday (terça cinza).
Graças a esse recurso, surgiu o American Edit, um álbum baseado no American Idiot do Green Day, que é um dos meus queridinhos há algum tempo.
Como você poderá conferir aqui, tem de tudo um pouco: de Aerosmith a Bryan Adams, passando por Beatles e, é claro, Green Day. Dizem que até o Billie Joe gostou.
O álbum foi lançado de graça, mas as gravadoras não gostaram nadinha e tiraram os downloads do ar, mesmo que eles ajudassem a promover as bandas mixadas. Uma pena.

A mistureba:

American Jesus = American Idiot e Jesus of Suburbia + discurso de Bush (o verdadeiro american idiot) + Tears of a Clown (Smokey Robinson) – nominho sugestivo, hein? + Summer of ’69 (Bryan Adams) + Ring of Fire (Johnny Cash) + discurso de JFK ("Ask what your country can do for you") + sátiras e críticas a Bush + It’s Like that Y’all (Jermaine Dupri).

Dr. Who on Holiday = Holiday + discursos do Bush e The Daleks + Doctorin’ the Tardis (The Timelords) + Rock and Roll (Part 2), de Gary Glitter.

Boulevard of Broken Songs = Boulevard of Broken Dreams e American Idiot + Dream On (Aerosmith) + Wonderwall (Oasis) + Writing to Reach You (Travis), além de samples adicionais de Missy Elliot em Madonna’s American Life.

The Bad Homecoming = Homecoming e Are We the Waiting + Bad e Sometimes You Can’t Make It on Your Own (U2). Quem diria, hein?

St. Jimmy the Prankster = St. Jimmy + Original Prankter (The Offspring) + Monologue de Bill Hicks + Let’s Stick Together (Bryan Ferry).

Novocaine Rhapsody = Give Me Novacaine + Bohemian Rhapsody (Queen) + Bullet the Blue Sky (U2). Eles insistem!

Impossible Rebel = She’s a Rebel + canção-tema de Missão Impossível + God Save the Queen (Sex Pistols) + discurso de Bush + Money for Nothing (Dire Straits) + Smoke on the Water (Deep Purple).

Ashanti's Letterbomb = Letterbomb + Only You (Ashanti) + For What It’s Worth (Buffalo Springfield) + Who Are You (The Who).

Greenday Massacre = Wake Me Up When September Ends + Lying Eyes (The Eagles) + A Day in the Life (Beatles) + Just Can’t Get Enough (Depeche Mode) + Road to Nowhere (Talking Heads) + Blackbird (Beatles) + extras de Nelly (de Over and Over).

Whatsername (Susanna Hoffs) = Whatesername + Manic Monday (The Bangles).

Boulevard of Broken Songs (Dance Mix '05) = Boulevard of Broken Dreams + Wonderwall (Oasis) + Dream On (Aerosmith).

iPod para todos

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Alguns podcasts brasileiros que você encontra no diretório do iTunes Store:

Filosofia de um Jovem Adventista
Podcast Saravá Umbanda
Rádio Vaticano
The Caipirinha Appreciation Society

Alguns segmentos realmente sabem como se divertir.